O consulado dos Estados Unidos em Cuba começará a emitir vistos de forma limitada e gradual, depois de mais de quatro anos fechado devido à retirada da maior parte do pessoal diplomático de Havana, informou nesta quinta-feira (3/3) Timothy Zúñiga-Brown, encarregado de negócios da embaixada.
"Estamos muito satisfeitos de poder anunciar que a embaixada dos Estados Unidos em Havana iniciará a retomada limitada de alguns serviços de vistos de emigrantes, como parte de uma expansão gradual das funções da embaixada", disse o diplomata, sem divulgar uma data.
A legação reduziu sua equipe ao mínimo em setembro de 2017, quando o governo do republicano Donald Trump argumentou que misteriosos incidentes de saúde, descritos como ataques sônicos, afetaram seus diplomatas em 2016 e 2017 e também foram reportados posteriormente em outras embaixadas do mundo.
Para os cubanos, o verdadeiro golpe foi o fechamento do consulado, que tornou o obtenção do visto americano uma corrida de obstáculos e os obrigou a viajar para um terceiro país, como Colômbia e Guiana, para solicitar o documento.
Zúñiga-Brown explicou que, a princípio, o consulado só agendará entrevistas para vistos de imigrante para quem tiver apresentado a documentação completa, mas que, no período de transição, "o principal local de tramitação para os solicitantes" de visto será Georgetown, na Guiana.
Além disso, a seção consular em Havana continuará prestando serviços essenciais para os cidadãos americanos e vistos de emergência para não imigrantes, informou o encarregado.
Sob os atuais acordos migratórios, os Estados Unidos devem conceder 20.000 vistos anuais a imigrantes de Cuba. Um grande número de cubanos que busca emigrar optou por fazê-lo através da América Central para chegar à fronteira americana, no momento em que a ilha enfrenta a pior crise econômica em quase 30 anos, devido aos efeitos da pandemia e das sanções americanas.