A oposição venezuelana protestou nesta quinta-feira (3/3) contra a invasão da Ucrânia e rejeitou o apoio que o presidente Nicolás Maduro deu ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, um importante aliado.
"Putin assassino!", gritaram cerca de 200 manifestantes que se reuniram em frente à sede da representação da União Europeia em Caracas com bandeiras venezuelanas e ucranianas, girassóis e cartazes condenando a guerra.
"O povo venezuelano com a Ucrânia", dizia um dos cartazes. "Não à guerra" e "Stop Putin", diziam outros.
"Temos um presidente irresponsável que apoia uma guerra. Apoiar Putin é apoiar a guerra", disse à AFP Maribel Peña, uma funcionária de escritório de 60 anos presente na manifestação.
Putin "está matando meninos e crianças, idosos e adolescentes, e também os jovens da Ucrânia. Ele é um assassino, não tem compaixão de ninguém", disse Henry Williams, um aposentado de 70 anos.
O líder da oposição, Juan Guaidó, acompanhou esta manifestação "a favor da paz, da democracia e da liberdade".
"Queria mostrar solidariedade em nome dos venezuelanos que lutam pela democracia e pela liberdade com todos os ucranianos nesta manifestação histórica e um exemplo para todo o mundo de resistência e luta democrática".
Guaidó, reconhecido como presidente da Venezuela pelos Estados Unidos e dezenas de outros países, também apontou que Maduro está "protegido" por Putin, um importante aliado do presidente venezuelano, que contorna uma bateria de sanções que, sem sucesso, buscavam removê-lo do poder.
Maduro descreveu as medidas tomadas pelo Ocidente contra Moscou como "crime" e "loucura" no dia anterior e garantiu que manterá intacta a relação comercial.
Em outras ocasiões, Maduro expressou seu "forte apoio" a Putin, cuja estreita relação com a Venezuela vem desde o governo do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).