Desde a invasão da Russia à Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, parte da população russa se posicionou contra o ataque ao outro país. Segundo OVD-INFO, organização russa independente que monitora abusos políticos, mais de 7,5 mil pessoas foram presas por participarem de protestos não autorizados pelo governo russo, entre elas Elena Osipova, de 78 anos.
Elena carregava dois cartazes, um pedindo a paz e o outro pedindo a destruição das armas nucleares, uma vez que o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou na quarta-feira (2/3) que, se houver uma 3ª Guerra Mundial, ela será nuclear. Segundo o jornal El Pais, a ativista foi levada por pelo menos sete policiais de choque da polícia russa e, enquanto era forçada a caminhar e entrar no camburão, não soltou os cartazes.
A pintora e ativista é uma sobrevivente do Cerco a Leningrado, uma ação militar na direção à cidade de Leningrado, na então União Soviética, pelas tropas nazistas que durou de setembro de 1941 a janeiro de 1944. Uma das obras mais conhecidas de Elena é um painel de grafitti, que dedicou a uma amiga que perdeu toda a família durante o cerco.
Este não é o primeiro protesto que Elena faz contra a invasão russa em solo ucraniano. No dia 27 de fevereiro, a artista levou três cartazes para uma avenida de São Petersburgo: um exibia uma lápide com o perfil do presidente russo Vladimir Putin com corvos nos ombros e a frase “a múmia da guerra leva a Rússia à destruição e à loucura". Outro cartaz mostrava uma mulher entregando armas a jovens vendados em um cemitério. Elena também segurou um terceiro cartaz com os dizeres “Soldado! Largue a arma e você será um verdadeiro herói para o país!”.