Os Estados Unidos temem que a Rússia esteja atacando civis na Ucrânia e alertaram nesta quarta-feira que Moscou transporta bombas de fragmentação e outras armas letais àquele país.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou em entrevista coletiva na capital que o número de mortos "é impactante". "Centenas, senão milhares, de civis foram mortos ou feridos", disse Blinken, que viajará ao leste europeu na próxima semana para reforçar o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia.
A Rússia lançou ataques a edifícios e cidades que "não são alvos militares", assinalou Blinken, advertindo que "as consequências humanitárias aumentarão nos próximos dias".
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse hoje que a Rússia está levando um "armamento excepcionalmente letal" para a Ucrânia, que inclui bombas de fragmentação, que segundo disse à Assembleia Geral, são proibidas pelo direito internacional e "não têm lugar no campo de batalha".
Um funcionário do Pentágono que pediu para não ser identificado alertou que "se prevê um aumento dos ataques de artilharia" à medida que as forças russas tentam cercar as cidades ucranianas. "O que nos preocupa é que, ao serem mais agressivos, tornam-se menos precisos e menos seletivos" em seus ataques de artilharia, advertiu.
Antony Blinken chamou hoje a retórica nuclear "provocativa" de Vladimir Putin de "cúmulo da irresponsabilidade". Essa retórica "é perigosa, aumenta o risco de erros de cálculo e deve ser evitada", ressaltou, em coletiva de imprensa.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, anunciou que os Estados Unidos adiaram um teste de lançamento de um míssil balístico que estava planejado, para não exacerbar as tensões.
“Em um esforço para demonstrar que não temos intenção de nos envolver em qualquer ação que possa ser mal interpretada ou deturpada, o secretário de Defesa ordenou que nosso lançamento de teste Minuteman III ICBM programado para esta semana seja adiado”, disse Kirby. "Não tomamos esta decisão superficialmente, mas para mostrar que somos uma potência nuclear responsável".
"Reconhecemos neste momento de tensão o quão crítico é que tanto os Estados Unidos, quanto a Rússia, levem em consideração o risco de erro de cálculo e tomem medidas para reduzir esses riscos", acrescentou.
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