O Ministério das Relações Exteriores, em nome do chanceler Carlos França, enviou uma carta telegráfica com novas instruções do governo brasileiro para auxiliar os cidadãos em território ucraniano ou que já deixaram o país. Entre as mudanças nas orientações está a criação de dois novos postos de atendimentos: em Lviv, de onde os brasileiros saem para Polônia, e em Chisinau, na Moldávia, por onde saem em direção à Romênia.
O Grupo de Trabalho de brasileiros na Ucrânia é composto por coordenadores e diplomatas das áreas consular, política, de imprensa, Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares (Afepa) e representante do Ministério da Defesa continuará a coordenar as ações em todos os postos. A intenção é que os novos consulados intensifiquem os atendimentos nos pontos estratégicos de saída.
De acordo com o documento, em Chisinau ficará instalado o equipamento de comunicação de todos os postos. O chefe, embaixador Norton de Andrade Mello Rapesta, a ministra-conselheira, Elda Maria Gaspar Alvarez e o oficial de chancelaria, Clovis Gomes de Aguiar Filho, deverão ser direcionados para o local. Em Lviv ficará o primeiro secretário, André Tenório Mourão, atuando com a força-tarefa para retirada dos brasileiros da zona de conflito. Em Kiev, o trabalho da equipe permanece remoto.
A partir de agora, o governo federal passará a enviar quantias para alugar transporte, providenciar alojamento, alimentação e qualquer outra despesa humanitária que os brasileiros evacuados venham a precisar. “A medida visa a tornar mais rápido, eficiente e presente o atendimento a brasileiros que necessitem de apoio do governo brasileiro para sair da Ucrânia”, declararam. Em relação às passagens aéreas e diárias não há definições.
A decisão do ministro foi tomada, de acordo com o telegrama, “diante do agravamento da situação” na Ucrânia. “Com a possibilidade da intensificação de ataques a Kiev e da necessidade de adaptar as ações do governo brasileiro à nova realidade, determinei novas medidas, de natureza emergencial, com o objetivo de intensificar os esforços da diplomacia brasileira na assistência aos nacionais brasileiros”, redigiu. O documento foi enviado para cinco embaixadas, da Ucrânia, Polônia, Romênia, Hungria e Eslováquia.
Plano aéreo
De acordo com o plano inicial do governo, aviões das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) deveriam chegar hoje no Brasil. Porém, um replanejamento adiou a operação para sexta-feira (04). Inicialmente a FAB irá em direção à Polônia e começará o resgate no próximo sábado.
Determinado pelo presidente, Jair Bolsonaro (PL), a FAB reservou duas aeronaves KC-39. Como divulgado pela Globo, há quatro dias atrás a FAB havia encaminhado adidos para autorizar voo e pouso nos aeroportos de Cabo Verde, Portugal e Polônia. O plano era sair do Brasil ontem e chegar em solo polonês hoje, pela manhã - com escala nos dois países mencionados. O retorno seria no mesmo dia, com igual programação de trajeto.
A circular, enviada pelo Itamaraty, foi direcionada aos postos nos quais estavam lotados os oito diplomatas designados para ir à Polônia."Está sendo designada missão à região com vistas a verificar condições e ultimar eventuais preparativos para retirada de brasileiros que se encontram na Ucrânia”, informava um trecho do documento.