Os Estados Unidos cancelaram as discussões planejadas em Doha com o Talibã depois que os líderes islâmicos radicais do Afeganistão fecharam as escolas de ensino médio para mulheres, disseram autoridades americanas.
"Na terça-feira, nos unimos a milhões de famílias afegãs para expressar a nossa profunda decepção com a decisão dos talibãs de não permitir que mulheres e meninas retornem às escolas de ensino médio", disse um porta-voz do Departamento de Estado.
"Cancelamos alguns dos nossos compromissos, incluindo reuniões planejadas em Doha em meio ao Fórum de Doha e deixamos claro que vemos essa decisão como um potencial ponto de virada em nosso compromisso", acrescentou.
Os talibãs, que tomaram o poder em agosto e buscam um reconhecimento internacional, fecharam as escolas de meninas nesta semana, poucas horas depois de reabri-las após ficarem sete meses fechadas.
"Esta decisão, se não for revertida rapidamente, prejudicará profundamente o povo afegão, as perspectivas de crescimento econômico do país e a ambição dos talibãs de melhorar suas relações com a comunidade internacional", disse o porta-voz.
"Apoiamos as meninas afegãs e suas famílias, que veem a educação como um caminho para desenvolver todo o potencial da sociedade e da economia do Afeganistão", continuou.
Em uma declaração conjunta na quinta-feira, os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, Canadá, França, Itália, Noruega e Estados Unidos, além do alto representante da União Europeia, disseram que a decisão dos talibãs afetará suas aspirações de reconhecimento.
A decisão de manter as escolas fechadas para as meninas foi tomada depois de uma reunião, na terça-feira à noite, de altos funcionários na cidade de Kandahar, ao sul, que é centro de poder de fato do movimento.
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