A queda do boeing 737 da China Eastern Airlines, na manhã desta segunda-feira (21/3), causou um debate sobre a segurança do modelo comercializado pela fabricante norte-americana Boeing para companhias aéreas de todo o mundo. A discussão, fomentada nas redes sociais, se deu a partir da confusão entre os modelos 737-800 e 737 Max.
O primeiro, marca da aeronave que caiu na China, é considerado um dos mais comuns e seguros da aviação civil; enquanto o segundo foi barrado mundialmente após dois grandes acidentes fatais em outubro de 2018 e março de 2019. O impacto mundial dos dois acidentes, que matou 346 pessoas em apenas cinco meses, causou a interrupção imediata do uso do modelo em todo o mundo.
O 737 Max foi lançado em 2017 e em pouco mais de um ano do lançamento mostrou grandes falhas. A suspeita é de que a implementação de um novo sistema, o MCAS (Sistema de Aumento das Características de Manobra) seja o principal causador dos acidentes.
O MCAS atua para evitar que o avião perca velocidade e sustentação e comece a cair. Em geral, o dispositivo atua de maneira solitária, sem o comando dos pilotos, e altera o ângulo do “nariz” da nave. No entanto, um sensor mediria o ângulo no avião e, se esse falhasse, todo o novo sistema estaria prejudicado.
O que poderia ajudar seria a ação dos pilotos, mas uma pesquisa feita pela Netflix, para desenvolver um documentário que trata dos acidentes causados pelo 737 Max, revela que a Boeing Co. não treinou os pilotos para o novo sistema. O documentário Queda livre: A tragédia do caso Boeing foi lançado recentemente pela plataforma de streaming.
Após dois anos sem ser utilizado pela aviação civil, alguns países voltaram a utilizar a 737 Max. De acordo com a FAA (Administração Federal de Aviação), a Boeing Co. instalou um novo software de controle de voo e implementou novos procedimentos no manual do voo da aeronave.
A China aprovou a volta das aeronaves nos aeroportos no início de dezembro de 2021, no entanto, novos testes ainda estão em curso e os aviões ainda não estão em uso.
Já o 737-800 é considerado um dos mais comuns da aviação civil e passou a ser fabricado em 1997. Ele é bastante utilizado para voos de curta e média distância e tem um forte histórico de segurança.
O acidente é um evento raro na China. Cerca de seis horas depois da queda, a China Eastern Airlines confirmou que 'há mortos' entre os passageiros da aeronave 737 que caiu na manhã desta segunda-feira (21/3) próximo à cidade de Wuzhou, na China.
A companhia não disse a quantidade de vítimas fatais, ou até mesmo se foram todos as 132 pessoas que estavam a bordo do avião. "A companhia expressa suas mais profundas condolências aos passageiros e tripulantes que morreram no acidente", diz um comunicado da empresa à Bolsa de Valores de Xangai, onde está listada, sem fornecer nenhum número de vítimas.
A aeronave caiu próximo à cidade de Wuzhou, na província de Guangxi no sul da China, por volta das 14h30, horário local, cerca de uma hora e meia depois de decolar na cidade de Kunming, às 13h.
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