Chanceler russo diz que Brasil não aceita ordens do "Tio Sam"

Sergei Lavrov afirmou que o país tupiniquim, China, Índia, entre outros, não querem ser submissos aos EUA

Correio Braziliense

postado em 18/03/2022 21:57 / atualizado em 18/03/2022 21:57

"Há países que nunca aceitariam a aldeia global sob o xerife americano", garantiu Lavrov, citando o Brasil - (crédito: EVGENIA NOVOZHENINA / POOL / AFP)

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que o Brasil, China, Índia, México e Argentina não querem receber ordens do “Tio Sam”. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, estava fazendo referência aos Estados Unidos e afirmou ainda que a Rússia, “com certeza”, não está na “categoria de países” que se submeteria aos EUA.

“Há países que nunca aceitariam a aldeia global sob o xerife americano”, garantiu Lavrov, citando o Brasil. “Estou certo que esses países não querem estar apenas em uma posição em que um ‘Tio Sam’ ordena que eles façam algo e eles digam ‘sim, senhor’”, opinou.

As afirmações foram feitas durante entrevista concedida à TV estatal russa, RT, nesta sexta-feira (18/3). Na ocasião, a autoridade ainda afirmou que a Rússia perdeu todas as ilusões sobre confiar no Ocidente e Moscou nunca aceitará uma visão do mundo dominada pelos EUA.

Sanções

De acordo com as declarações feitas pelo ministro russo durante a entrevista, a reação de vários países à invasão da Ucrânia, em que impuseram duras sanções econômicas à Rússia, evidencia que o “Ocidente é completamente dominado pelos EUA” e que a “União Europeia é, em grande parte, impotente”.

Nas últimas semanas diversos países e organizações anunciaram sanções à Rússia. Desde a indústria do entretenimento, como Disney e Hollywood, até empresas de tecnologia, como Apple, e instituições financeiras, a exemplo da Mastercard, responderam à invasão, que Moscou chama de “operação militar especial”, com a interrupção das operações em solo russo.

Por isso, Lavrov ressaltou que, se existia “alguma ilusão de que um dia poderíamos confiar em nossos parceiros ocidentais, essa ilusão não existe mais”. Ele assegurou que, não foi a Rússia quem fechou as portas para o Ocidente, mas sim o contrário e que, agora, os russos terão “que confiar apenas em nós mesmos e nos aliados que permanecerem conosco”.