A jornalista Marina Ovsyannikova, que invadiu um programa da TV russa ao vivo para protestar contra a guerra, afirmou que teme pela sua vida. A afirmação foi dada em entrevista à Reuters, nesta quarta-feira (16/3). Ela também disse que não planeja deixar o país.
"Eu acredito no que eu fiz, mas eu entendo a escalada de problemas que vou ter que lidar e, claro, estou extremamente preocupada com a minha segurança", afirmou.
Ela também disse desejar que o ato dela faça com que os russos enxerguem a verdade sobre a guerra. "Eu absolutamente não me sinto uma heroína. Eu realmente quero sentir que esse sacríficio não seja em vão, que as pessoas abram seus olhos", disse.
A russa invadiu, na segunda-feira, o estúdio de um dos programas mais assistidos no país, ao vivo, com um cartaz escrito: "Parem a guerra e não acreditem na propaganda. Aqui eles contam mentiras. Russos contra a guerra. Não acredite na propaganda. Você está sendo enganado".
A jornalista foi detida e dada como desaparecida pelos advogados dela por mais de 12 horas. "Foram dias complicados, porque fiquei dois dias sem dormir. O interrogatório durou mais de 14 horas. Não me deixaram contatar os meus familiares, nem me foi dado nenhum apoio jurídico", disse aos jornalistas na porta do Tribunal Distrital de Ostankinsky.
Ainda não se sabe qual vai ser a condenação de Marina, mas, devido a um lei recente que proíbe atos públicos que desacreditem o exército, ela pode ser condenada de cinco a 10 anos.
Desde que começou a guerra com a Ucrânia, a TV Estatal russa Canal Um tem sido acusada de omitir informações sobre o conflito. A Rússia também tem bloqueado a imprensa ocidental de circular no país. Nesta quarta-feira, 13 sites de veículos de comunicação foram bloqueados.
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