Na véspera do fechamento de todas as lojas da rede de fast food McDonald’s na Rússia, vários cidadãos foram, neste domingo (13/3), vistos em filas e até mesmo em protestos contra a decisão da empresa de deixar o país após Putin invadir a Ucrânia. Em um vídeo, que viralizou nas redes sociais, um homem se algemou à porta de uma das lojas em Moscou e gritava que “fechar é um ato de hostilidade” contra ele e os moradores do local.
O manifestante era Luka Safronav, filho do famoso pianista Nikas Safronov. Ele tentava impedir o fechamento da loja, em um apelo desesperado para fazer com que a gigante dos arcos dourados desistisse da sanção contra Putin. “Eles não tem o direito de fechar!”, também gritou Luka.
Ele reuniu diversas pessoas ao redor do ato, alguns curiosos, outros apoiadores, e só parou de gritar quando os policiais quebraram a corrente e o levaram à detenção. No momento em que Luka era levado pela multidão de policiais, uma pessoa gritou, com ironia, que “daqui seis semanas, eles irão reabrir com outro nome”.
A man in Russia today, pianist Nikas Safronov, chains himself to a McDonald’s and screams, “They don’t have the right to close down!” before he’s carted off by the police. Someone in the crowd yells back, “In six weeks, they’ll reopen under another name!” pic.twitter.com/FhAwronpiS
— Kevin Rothrock (@KevinRothrock) March 13, 2022
Enquanto o movimento ocorria, outros consumidores da rede aproveitaram o domingo para comer pela última vez nos restaurantes. Houve ainda quem quis se aproveitar da situação: compraram vários lanches na loja e cadastraram em sites de venda de “produtos usados” por preços exorbitantes, como um combo de quatro hambúrgueres, nuggets e molho por 250 euros.
Em todo o país, serão 850 lojas fechadas nesta segunda-feira (14/3), incluindo a primeira, inaugurada em 31 de janeiro de 1990 na Praça Pushkin, no centro de Moscou. Os russos têm uma memória afetiva com a rede, que chegou em solo russo quando a União Soviética ainda existia e nenhum fast-food havia sido experimentado pelos moradores locais.
Na inauguração da loja da Praça Pushkin, mais de 30 mil pessoas viram as portas serem abertas em meio a um inverno rigoroso, lembrou o jornal Newsweek. No domingo (13/3), os russos aproveitaram para tirar uma última foto — até segunda ordem — na loja.
O McDonald’s informou que, mesmo com o fechamento das lojas, os 62 mil colaboradores continuarão a ser pagos normalmente. Calcula-se que a ação causará um prejuízo considerável para a rede, já que, 9% da receita anual da gigante alimentícia vem das lojas russas e ucranianas, o equivalente a 2,1 bilhões de dólares.
Outra rede de grande porte que suspendeu as operações na Rússia foi a Coca-Cola. Com o cancelamento do fornecimento das garrafas dos refrigerantes, um único copo do refrigerante passou a ser cobrado no país por 8 euros, de acordo com o jornal britânico Mirror.
Juntam-se a lista de empresas que interromperam o funcionamento na nação russa a Zara, Shell, Netflix e Disney. A PepsiCo e a Starbucks também anunciaram o fechamento das lojas em 8 de março.
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