CHILE

Novo presidente do Chile, Boric recebe apoio de indígenas

No primeiro dia de trabalho, presidente chileno prioriza diálogo com povos tradicionais. Guerra entra na agenda diplomática

Correio Braziliense
postado em 13/03/2022 06:00
Gabriel Boric e a primeira-dama, Irina, recebem os cumprimentos de lideranças indígenas: aposta no diálogo multicultural -  (crédito:  AFP)
Gabriel Boric e a primeira-dama, Irina, recebem os cumprimentos de lideranças indígenas: aposta no diálogo multicultural - (crédito: AFP)

O novo presidente do Chile, Gabriel Boric, abriu seu primeiro dia no cargo, ontem, participando de uma cerimônia com povos indígenas no Palácio Presidencial de La Moneda, antes de assistir a uma missa, na Catedral de Santiago.

Boric e a primeira-dama, Irina Karamanos, receberam os pedidos e os bons votos de sete povos indígenas chilenos em um ato privado, em que todos sentaram-se no centro de um círculo, em um dos pátios da sede do Executivo. "Gerar um trabalho intercultural e uma nova relação entre o governo e os povos originários é vital para a construção de um Chile justo e digno", postou o presidente no Twitter junto com fotos da cerimônia.

"São gestos muito relevantes e nosso governo o faz com muita humildade", disse à imprensa a ministra do Interior, Izkia Siches, sobre a oração ecumênica, que contou com a presença de representantes dos povos yagán, lican antai, mapuche pewenche, rapa nui, mapuche lafkenche, diaguita e mapuche füta warria.

Em comunicado, a Presidência enfatizou que "a cerimônia multicultural enquadra-se em uma nova concepção do território como multinacional, onde se buscará o respeito, o diálogo e a participação".

"O objetivo é iniciar uma cerimônia em que os diversos povos indígenas, por meio de sábios, representantes e autoridades ancestrais, dirigem saudações, mensagens, orações e felicitações por palavras ou elementos simbólicos ao presidente, como veículo de um novo começo", completou.

O ministro dos Transportes, Juan Carlos Muñoz, e a de Meio Ambiente, Maisa Rojas, destacaram-se no primeiro dia de trabalho por irem ao palácio presidencial, no centro de Santiago, usando transporte público: ônibus no caso dele e bicicleta e metrô no dela.

Ao final da cerimônia e após a foto protocolar com ministros e vice-ministros, o presidente dirigiu-se à Catedral de Santiago para acompanhar os membros do seu gabinete, composto por 14 mulheres e 10 homens, para assistir à tradicional cerimônia católica da "oração pelo Chile".

Ucrânia

O chefe da diplomacia americana para a América Latina, Brian Nichols, conversou com ministros latino-americanos das Relações Exteriores sobre a invasão russa da Ucrânia, segundo vários tuítes publicados ao longo do dia de ontem.

Nichols está no Chile, onde acompanhou, ontem, a posse de Gabriel Boric como presidente. Ele aproveitou a viagem para promover uma maratona diplomática, reproduzida em sua conta no Twitter.

"Bom encontro" para discutir "a importância de uma posição forte e contínua contra a invasão injustificada e não provocada da Rússia à Ucrânia, assim como nossa cooperação nas prioridades do Hemisfério, inclusive, direitos humanos", publicou o diplomata sobre a reunião com o chanceler argentino, Santiago Cafiero.

O encontro teve importância estratégica. Inicialmente, a Argentina pediu uma "saída política" para a crise entre Rússia e Ucrânia e não quis apoiar uma declaração condenatória da Organização dos Estados Americanos (OEA), embora tenha rechaçado o uso da força armada. Mas, dias depois, na ONU, votou a favor do projeto de resolução da Assembleia Geral que exige a retirada imediata e incondicional das tropas russas.

A guerra também foi tema das conversas com os chanceleres do Peru, César Landa; do Uruguai, Francisco Bustillo; da Guatemala, Mario Búcaro; do Paraguai, Euclides Acevedo; e do Equador, Juan Carlos Holguín.

Os Estados Unidos estão preocupados com o que consideram um "avanço" da Rússia nas Américas, particularmente com "desinformação" e "ataques cibernéticos".

 

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