Decolou às 15h desta segunda-feira (7/3) o avião da FAB rumo à Polônia para resgatar brasileiros que escaparam do território ucraniano. A partida ocorreu na Base Aérea de Brasília, precedida por cerimônia com a participação dos ministros Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Braga Netto (Defesa), Marcelo Queiroga (Saúde) e do interino das Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães.
"O Brasil tem uma vocação acolhedora. Historicamente, nossa gente se mostra solidária. Assim foi no apoio ao Líbano, em 2020, e ao Haiti, em 2021", disse o ministro Braga Netto na cerimônia.
Ele afirmou que o governo Bolsonaro toma medidas desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia para cuidar dos brasileiros na região, citando a abertura de postos consulários em países vizinhos e a liberação do transporte de pets na volta ao Brasil. "A comunidade internacional sempre contou e sempre poderá contar com o espírito acolhedor do povo brasileiro", garantiu.
A missão envia ainda 11,6 toneladas alimentos, remédios e itens de necessidade básica para auxiliar as vítimas da guerra. O voo deve chegar a Varsóvia na quarta-feira (9) e retornar ao Brasil com o grupo de 40 brasileiros repatriados, 23 ucranianos, uma pessoa da Polônia e seis pets na quinta-feira (10).
Em nota conjunta publicada na noite de domingo (6), Ministério da Defesa, Itamaraty e Ministério da Saúde detalharam o esforço, batizado de Operação Repatriação. A aeronave modelo KC-390 Millenium leva mais de 20 mil itens médicos doados pelo Ministério da Saúde, além de 50 purificadores de água.
Uma força-tarefa que já está em Varsóvia recebe e auxilia os brasileiros que conseguiram atravessar a fronteira entre Ucrânia e Polônia. A informação do Itamaraty é que 150 brasileiros já conseguiram escapar do conflito, sendo que 22 ainda estão em território ucraniano.
Esforço coletivo
Os alimentos enviados à Ucrânia foram comprados pela Organização das Nações Unidas (ONU), a pedido da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) — órgão ligado ao Itamaraty que coordena as ações de caráter humanitário do governo brasileiro. São cerca de nove toneladas de alimentos desidratados, que rendem 360 mil refeições.
A logística de transporte do material até as mãos da força-tarefa foi realizada pelo Movimento União BR. “Em 30 horas, nós conseguimos transportar 400 mil refeições do Rio Grande do Sul para São Paulo, com uma operação aérea e terrestre de emergência no meio do carnaval”, contou a fundadora do movimento, Tatiana Monteiro. “É de grande importância ter as empresas, os movimentos e a sociedade civil unidos e fortalecidos por um bem maior. Foi assim que conseguimos levar esses alimentos a tempo”, destacou.
Passaporte humanitário
Além de resgatar os brasileiros atingidos pelo conflito, o Brasil permitiu o acesso de refugiados ucranianos ao visto humanitário. A portaria foi publicada no dia 3 de março e o documento pode ser concedido "para ucranianos e apátridas que tenham sido afetados ou deslocados pela situação de conflito armado".
O visto humanitário foi criado em 2012, por meio da Resolução 97 do Conselho Nacional de Imigração, para auxiliar os haitianos que buscaram refúgio no Brasil após o terremoto de 2010, mas depois foi estendido a outras nacionalidades. Ele permite a estadia no país por até dois anos, mas pode ser alterado para um visto permanente.
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