O avião que resgatará brasileiros que conseguiram fugir da guerra entre Rússia e Ucrânia decola, na tarde de hoje, da Base Aérea de Brasília. A aeronave levará, a pedido do governo ucraniano, suprimentos para auxiliar os afetados pelo conflito. A missão parte às 15h e deve pousar na quarta-feira em Varsóvia, na Polônia. O retorno dos brasileiros repatriados está previsto para a próxima quinta-feira.
Em nota conjunta publicada na noite de ontem, Ministério da Defesa, Itamaraty e Ministério da Saúde detalharam o esforço, batizado de Operação Repatriação. A aeronave modelo KC-390 Millenium levará 11,6 toneladas de medicamentos, alimentos e itens de necessidade básica projetados para situações extremas.
Uma força-tarefa em Varsóvia recebe e auxilia os brasileiros que conseguiram atravessar a fronteira entre Ucrânia e Polônia. A informação do Itamaraty é de que 150 brasileiros escaparam do conflito, mas 22 ainda estão em território ucraniano. Segundo o Ministério da Defesa, que também integra a força-tarefa, a informação sobre quantas pessoas embarcarão na aeronave será confirmada ainda nesta manhã. A expectativa é de que sejam cerca de 70.
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Alimentos e pets
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que os brasileiros poderão embarcar com seus animais de estimação. "Após contato com os Ministros das Relações Exteriores e da Defesa, dei sinal verde à FAB para o embarque dos cães", disse ele em suas redes sociais, contando ainda que atendeu a um pedido dos próprios brasileiros.
Os alimentos enviados à Ucrânia foram comprados pela Organização das Nações Unidas (ONU), a pedido da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) — órgão ligado ao Itamaraty que coordena as ações de caráter humanitário do governo brasileiro. São 10 toneladas de alimentos desidratados, que rendem 400 mil refeições.
A logística de transporte do material comprado até as mãos da força-tarefa foi realizada pelo Movimento União BR. "Em 30 horas, nós conseguimos transportar 400 mil refeições do Rio Grande do Sul para São Paulo com uma operação aérea e terrestre de emergência no meio do carnaval", conta a fundadora do movimento, Tatiana Monteiro. "É de grande importância ter as empresas, os movimentos, a sociedade civil unidos e fortalecidos por um bem maior. Foi assim que conseguimos levar esses alimentos a tempo."
Passaporte humanitário
Além de resgatar os brasileiros atingidos pelo conflito, o Brasil permitirá a entrada de refugiados ucranianos e seu acesso ao passaporte humanitário. O anúncio foi feito na semana passada pelo presidente Bolsonaro. Ele disse que o governo prepara uma portaria para regulamentar a situação. A expectativa é de que a medida esteja pronta nesta semana.
O visto humanitário foi criado em 2012 por meio da Resolução 97 do Conselho Nacional de Imigração para auxiliar os haitianos que buscaram refúgio no Brasil após o terremoto de 2010, mas, depois, foi estendido a outras nacionalidades. Ele permite a estadia no país por até dois anos, mas pode ser alterado para um visto permanente.
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