O governo russo está à beira de dar calote em suas dívidas soberanas pela primeira vez desde 1998, e as sanções internacionais podem complicar a forma como os credores serão compensados por quase US$ 6 bilhões em contratos de derivativos de crédito se a Rússia não pagar o que lhes é devido.
Esses contratos de derivativos, chamados de swaps de inadimplência de crédito (CDS, na sigla em inglês), destinam-se a ajudar os investidores a garantir que receberão uma compensação quase total no caso de um de seus títulos entrar em default. Há aproximadamente US$ 4,5 bilhões em CDS vinculados especificamente ao governo russo e um adicional de US$ 1,5 bilhão localizado dentro de índices de derivativos, de acordo com o JPMorgan.
O custo de comprar um contrato de cinco anos para proteção contra um calote do governo russo disparou de cerca de 5% do valor total da dívida a ser segurada no início de fevereiro para 46% em 4 de março, segundo dados da Intercontinental Exchange (ICE).
Normalmente, quando um país ou corporação entra em default em um título com CDS, bancos de investimento e corretoras que facilitam os swaps participam de um leilão para determinar o valor da dívida, geralmente com desconto em relação ao valor real. Uma vez que o leilão é concluído e um preço final é determinado, a seguradora paga o restante do valor de face da dívida para quem comprou a proteção.
No entanto, as sanções à Rússia, que impedem a negociação de títulos russos no mercado secundário, podem tornar todo o processo de leilão sujeito a debate. Vale destacar, no entanto, que as atuais sanções dos Estados Unidos proíbem apenas a negociação de dívidas soberanas russas emitida após o dia 1º de março.
A resposta de Moscou às sanções ocidentais, incluindo a imposição de controles de capital, já criou uma ruptura na forma como a dívida pública da Rússia é negociada internacionalmente. Fonte: Dow Jones Newswires.
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