A Embaixada da Ucrânia tornou público, na noite desta quinta-feira (3/3), comunicado em que afirma não incentivar o recrutamento de brasileiros ou de estrangeiros para se juntarem às tropas militares ucranianas na guerra com a Rússia, que começou na semana passada.
"Para evitar mal-entendidos, consideramos importante informar ao público brasileiro que a Embaixada da Ucrânia no Brasil não está fazendo alistamento para a Legião Estrangeira Ucraniana, e não está fazendo
campanha para adesão a esta formação militar", avisa a nota.
Dizem, ainda, que receberam um "grande número de mensagens" solicitando o ingresso na Legião Estrangeira da Ucrânia - nome das tropas do país.
Leia a nota na íntegra:
Em conexão com o início da guerra da Federação Russa contra a Ucrânia, a Embaixada da Ucrânia no Brasil passou a receber um grande número de mensagens de cidadãos do Brasil e de outros países sobre a
possibilidade de ingressar na Legião Estrangeira da Ucrânia.
Para evitar mal-entendidos, consideramos importante informar ao público brasileiro que a Embaixada da Ucrânia no Brasil não está fazendo alistamento para a Legião Estrangeira Ucraniana, e não está fazendo
campanha para adesão a esta formação militar.
Brasília, 3 de março de 2022
Motivações do conflito
A aproximação da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é apontada como um dos estopins para o início da guerra com a Rússia. Criada durante a Guerra Fria, a aliança militar é comandada pelas potências do Ocidente. Em 1949, tinha 12 membros e servia como uma frente militar contra a União Soviética (URSS), que seis anos mais tarde criou uma organização própria — o Pacto de Varsóvia.
Durante o processo de fragmentação da URSS, a Ucrânia conseguiu se tornar independente, mas precisou concordar com algumas medidas, como permanecer alinhada com a Rússia e, portanto, sem se aproximar excessivamente do Ocidente ou considerar entrar na Otan e até mesmo na União Europeia.
Com a queda do governo ucraninano em 2014, o país passou a fazer o movimento contrário e a se aproximar mais uma vez do Ocidente. Como retaliação, a Rússia retomou a região da Crimeia. A nova tentativa de entrada na Otan -- hoje, a Ucrânica é considerado país-associado -- está entre os principais motivos para o presidente russo, Vladimir Putin, declarar a guerra.
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