LESTE EUROPEU

VÍDEO: em discurso emocionante, jornalista ucraniana confronta Boris Johnson

Em coletiva de imprensa, a repórter exigiu mais esforços do primeiro-ministro britânico e da Otan para ajudar a Ucrânia na guerra

Karolini Bandeira*
postado em 02/03/2022 11:05 / atualizado em 02/03/2022 11:05
 (crédito: JUSTIN TALLIS/AFP)
(crédito: JUSTIN TALLIS/AFP)

A jornalista ucraniana Daria Kaleniuk confrontou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, acerca dos esforços que o mesmo tem tomado para ajudar a Ucrânia em meio ao ataque russo. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (1°/3) em Varsóvia, capital da Polônia, a jornalista acusou Johnson de estar com medo da guerra.

Em um discurso emocionante, Kaleniuk, que escapou da Ucrânia pela fronteira com a Polônia, enfatizou que as mulheres e crianças ucranianas estão enfrentando o ataque russo sem a ajuda de outros países. A jornalista pediu que o chanceler ajude os cidadãos implementando uma zona aérea fechada para impedir os jatos da Rússia.

“Você vem para a Polônia, mas não vai para Kiev, primeiro-ministro. Isso é porque você está com medo. Porque a Otan não está disposta a nos defender”, disse a jornalista, emocionada. “A Otan tem medo de uma possível Terceira Guerra Mundial, mas ela já começou.”

Kaleniuk citou que o presidente russo, Vladimir Putin, mantém os filhos na Holanda, enquanto as crianças da Ucrânia estão morrendo com os ataques e bombardeios. “Meus familiares e minha equipe estão chorando, nós não sabemos para onde correr. É isso que está acontecendo, primeiro-ministro”, disse a repórter com voz embargada.

Ao fim do discurso, Boris Johnson admitiu que não pode fazer muito apesar de querer ajudar.“Obrigada por vir até aqui hoje, fico feliz que tenha conseguido, mas não há muito o que o governo do Reino Unido possa fazer para ajudar na sua demanda, eu tenho que ser honesto sobre isso.”

Com medo do risco de uma violação do Artigo 5°, os britânicos e os países membros da Otan se recusam a implementar a zona aérea fechada em ajuda à Ucrânia. Uma violação ao artigo poderia causar sérios impactos nas nações aliadas.

Rússia anuncia tomada de Kharkiv

É o sétimo dia de ataque russo à Ucrânia. Nesta quarta-feira (2/3), a segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, foi tomada pelos militares russos, conforme anúncio do país. Kharkiv e Kherson, ao sul, foram alvos de fortes ataques hoje.

Nas redes sociais, o exército ucraniano informou que os russos bombardearam Kharkiv durante a madrugada e atingiram um hospital. Lojas e farmácias foram saqueadas. Ainda segundo o governo ucraniano, civis morreram na cidade. O presidente, Volodymyr Zelensky, classificou o ato como “crime de guerra”. "Praticamente não restam áreas em Kharkiv que não foram atingidas por projéteis de artilharia", afirmou o governo.

*Estagiária sob supervisão de Mariana Fernandes.

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