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Teatro La Scala de Milão demite renomado maestro russo pró-Putin

O diretor do renomado teatro milanês, Dominique Meyer, informou ao famoso maestro que o La Scala contratará outro músico para dirigir as próximas apresentações

Agence France-Presse
postado em 02/03/2022 10:51
 (crédito: GEORG HOCHMUTH / POOL / AFP)
(crédito: GEORG HOCHMUTH / POOL / AFP)

O Teatro La Scala de Milão anunciou nesta quarta-feira (2) que demitiu o famoso maestro russo Valery Gergiev, considerado amigo de Vladimir Putin, para as próximas apresentações de uma ópera de Tchaikovsky, após sua recusa em condenar a invasão russa da Ucrânia.

O diretor do renomado teatro milanês, Dominique Meyer, informou ao famoso maestro que o La Scala contratará outro músico para dirigir as próximas apresentações de "A Dama de Espadas", marcadas entre 5 e 13 de março, explicou a entidade em comunicado.

O maestro russo será substituído pelo jovem maestro russo Timur Zangiev, de 27 anos, que "está encarregado de alguns ensaios" e é "muito apreciado pela orquestra", disse o La Scala.

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, assim como os diretores do La Scala, exigiram em 24 de fevereiro, um dia após a invasão russa da Ucrânia, que Gergiev esclarecesse publicamente sua posição sobre a invasão e defendesse uma "solução pacífica" do conflito.

"Não tendo recebido uma resposta após seis dias do pedido e três dias antes da próxima apresentação, é necessária uma solução", explicou o teatro milanês, considerado o templo da ópera na Itália.

Além do La Scala, várias orquestras e festivais na Europa e nos Estados Unidos cancelaram shows com Gergiev, incluindo a Filarmônica de Paris e o prestigioso Carnegie Hall de Nova York.

Sua proximidade e lealdade a Putin, a quem conhece desde 1992, suas declarações a favor da anexação da Crimeia pela Rússia, bem como os concertos realizados na Ossétia do Sul bombardeada e em Palmira ao lado do exército sírio, desencadearam muitas controvérsias nos últimos anos.

A Filarmônica de Munique, com a qual mantém uma colaboração estável desde 2015, decidiu na terça-feira se desvincular do reputado maestro pró-Putin, enquanto seu agente internacional Marcus Felsner deixou de representá-lo, segundo um comunicado divulgado no domingo em redes sociais.

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