Catarinense de Blumenau que mora no leste europeu há 10 anos, Jonathan Bruno Santiago, o Moreno, está entre os brasileiros que foram pegos de surpresa com os ataques russos ao território da Ucrânia, que se iniciaram na madrugada de quinta-feira (24/02). Como tantos estrangeiros moradores do país, inclusive brasileiros que atuam no futebol ucraniano, Moreno participou dos apelos ao governo brasileiro para que alguma medida de resgate fosse tomada. A situação de angústia do jogador, contudo, se perpetua.
Na sexta-feira (25/02), o Itamaraty anunciou que seriam disponibilizadas vagas em um trem que partiria de Kiev e poderia ser usado pelos brasileiros como forma de escape da cidade, principal foco dos invasores russos.
Segundo Moreno, em vídeos publicados nas redes sociais, ele e outras 40 pessoas, entre jogadores e seus familiares, estavam concentrados em um hotel no centro da capital ucraniana, à espera do momento em que poderia sair, sem as proibições impostas pelos toques de recolher do governo local, para embarcar no trem. Acontece que, nesse momento, Moreno estava com outros dois jogadores em outro cômodo, em um andar diferente do restante da comitiva brasileira, e não foi avisado de que os companheiros estavam de saída. “A gente foi pro quarto e quando a gente desceu eles simplesmente tinham ido embora”.
Nas redes sociais, Moreno se mostra indignado com a situação, que rotula de “falta de amizade e patriotismo”. Além disso, abalado, o atleta conta que sentiu que alguns dos jogadores agiam como “se fossem pessoas superiores” e continuou: “só para deixar bastante claro, a gente deseja toda a sorte para eles, ali tem criança pequena. Que eles cheguem bem. Desejando sorte, mas isso não se faz”. Agora, o jogador está preocupado com a escalada do conflito e com o toque de recolher prolongado instituído pelo governo ucraniano, que deve terminar só na segunda-feira (28/02).