Nesta sexta-feira (25/2), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky afirmou que a Rússia pode tomar a capital Kiev ainda durante a madrugada deste sábado (26/2). A tensão no local ainda segue em andamento frente ao veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, para a resolução de condenação da invasão ao território ucraniano.
"Não podemos perder a capital. Falo com nossos defensores, homens e mulheres em todas as frentes: hoje à noite, o inimigo vai usar todas as suas forças para romper nossas defesas da maneira mais vil, dura e desumana. vão tentar um ataque", declarou Zelensky em um vídeo postado no site da presidência ucraniana.
O conflito já provocou a fuga de mais de 50 mil ucranianos do país, assim como 100 mil deslocados internos, de acordo com a ONU e mais de 100 pessoas já morreram, segundo dados de Kiev.
O Ministério da Defesa da Ucrânia convocou a população a resistir: "Pedimos aos cidadãos que nos informem sobre a movimentação de tropas, que fabriquem coquetéis Molotov e neutralizem o inimigo", disse. Além disso, revelaram que as tropas do país eliminaram cerca de 2.8 mil soldados russos, mas não apresentaram provas. O governo da Rússia não revelou quantos soldados perderam a vida.
Troca de Farpas
Em pronunciamento na TV, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o governo de Zelensky como "um bando de viciados em drogas e neonazistas", e pediu para os militares ucranianos “tomarem o poder com suas mãos”. “Acredito que será mais fácil negociarmos entre nós”, disse ele.
Em resposta, o presidente da Ucrânia divulgou um vídeo gravado em frente ao palácio presidencial dizendo que todos estão lá, incluindo militares, para defender a independência do país. “Estamos todos aqui, nossos militares estão aqui, os cidadãos, a sociedade, estamos todos aqui, defendendo a nossa independência, o nosso Estado", proclamou, ao lado de seus principais colaboradores. Zelensky elogiou também o "heroísmo" da população diante do avanço da Rússia rumo à capital.
O secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, também elogiou a mobilização das forças ucranianas, as quais diz lutar com coragem e com capacidade de causar perdas às forças invasoras russas.
O presidente da Ucrânia disse também que conversou com líderes do ocidente como Joe Biden (EUA) e Emmanuel Macron (França) para aceitar mais ajuda, uma ajuda mais significativa, segundo ele. "Nosso principal objetivo é acabar com esse massacre. As perdas do inimigo foram muito importantes", assegurou.
Veja as falas do presidente da Ucrânia:
*Com informações da Agence France-Presse