Embaixadores da União Europeia se reuniram, nesta sexta-feira (25/2), para discutir sobre a guerra na Ucrânia e o posicionamento dos países a respeito dos ataques da Rússia. Os diplomatas reiteraram solidariedade à nação atingida e cobraram um posicionamento mais claro do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Um dos pontos mais citados foi a importância do Brasil diante da crise, uma vez que o país agora faz parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e não deve se calar diante da situação.
"Vamos falar com o governo brasileiro, recordando os grandes esforços que fizemos para que houvesse diplomacia. A França, Reino Unido, Japão. Mas isso não funcionou. A Rússia seguiu o caminho contrário, completamente contra as leis internacionais. Nós vamos passar uma mensagem muito clara. Todos somos democracia, como o Brasil é", disse o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybañez.
"O Brasil tem essa responsabilidade, como membro do Conselho de Segurança da ONU. Nós temos que convencer a Rússia de que ela fez uma escolha equivocada. Esperamos do Brasil uma manifestação", completou.
Acordos bilaterais
Após a reunião, os representantes seguiram para o Palácio do Itamaraty para uma conversa com a representação diplomática brasileira. Nos bastidores, os embaixadores disseram ao Correio que a estratégia é condenar os ataques da Rússia, mas sem fechar diálogo com o país. O medo do governo brasileiro seria provocar a ira do presidente russo Vladimir Putin e perder os acordos bilaterais.
Em entrevista coletiva na porta do Itamaraty, o embaixador da União Europeia, Ignacio Ybañez, afirmou que a conversa com os diplomatas foi proveitosa e que o Brasil deve prestar solidariedade aos ucranianos.