Contrabando

Grécia recupera 55 antiguidades roubadas, avaliadas em mais de US$ 20 milhões

Desses 55 objetos, 47 pertenciam ao famoso colecionador americano Michael Steinhardt, alvo de uma investigação nos Estados Unidos por posse de obras roubadas

A Grécia anunciou nesta sexta-feira (25) ter recuperado 55 antiguidades contrabandeadas, avaliadas em mais de 20 milhões de dólares, apreendidas e entregues pela justiça dos Estados Unidos.

Desses 55 objetos, 47 pertenciam ao famoso colecionador americano Michael Steinhardt, alvo de uma investigação nos Estados Unidos por posse de obras roubadas, segundo o Ministério da Cultura.

"É um dia de grande alegria para a Grécia que recupera 47 antiguidades da coleção Steinhardt", bem como oito obras da era pré-histórica da Tessália, no centro da Grécia, disse a ministra da Cultura Lina Mendoni, citada em comunicado.

A data da exposição dessas obras ao público "ainda não foi definida", disse também nesta sexta-feira uma fonte ministerial à AFP.

A repatriação das obras é resultado de uma investigação de vários anos sobre o tráfico ilegal de antiguidades, concluída em dezembro passado pela procuradoria de Manhattan.

A investigação, direcionada principalmente à coleção de Michael Steinhardt, refere-se a um conjunto de 180 obras de arte contrabandeadas, com um valor estimado em "70 milhões de dólares", segundo um comunicado da procuradoria de Nova York.

As obras devolvidas à Grécia estão avaliadas em mais de "20 milhões de dólares", segundo a mesma fonte.

Entre os objetos recuperados está o busto de um "Kouros" (estátua característica da antiguidade grega que representa um jovem nu), datado do século VI a.C.

Essa estátua foi vendida em 2.000 pelo negociante de arte Robert Hecht a Michael Steinhardt por "2,3 milhões de dólares", segundo a procuradoria. O valor atual desta estátua "é de até 14 milhões de dólares", segundo a mesma fonte.

Para Lina Mendoni, que viajou para Nova York na quarta-feira para recuperar os objetos, essa devolução das antiguidades constitui uma "mensagem forte" na luta contra o tráfico de contrabando.

"Mais cedo ou mais tarde, o tráfico de arte será descoberto" e todos os contrabandistas "terão que responder por suas ações", disse.