Guerra no leste europeu

Congresso pede posição enérgica do Brasil no conselho da ONU

O Congresso não ficou indiferente à invasão russa da Ucrânia. Em nome do Poder Legislativo, o senador Rodrigo Pacheco (PSD) defendeu a democracia e ressaltou a necessidade uma uma convivência harmoniosa entre as nações. Já as comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado e da Câmara dos Deputados ressaltaram que o Brasil, como atual integrante do Conselho de Segurança das Nações Unidas, deve atuar veementemente para que a Rússia deixe o território ucraniano.

"Encorajamos o Brasil, por meio de sua diplomacia e com assento neste órgão da ONU, para que atue de forma objetiva e clara em benefício do diálogo e da construção de uma agenda de paz e segurança", ressaltou nota assinada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG).

No Senado, o PT chegou a publicar uma nota, no Twitter, acusando os Estados Unidos de empurrarem a Ucrânia para o conflito, mas retirada do ar pouco tempo depois devido à repercussão negativa. O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria na Casa, disse que o Brasil deve condenar o agressão russa e chamou o conflito de "desrespeito" pelos mecanismos institucionais e diplomáticos.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), considerou a invasão como uma "estupidez" e demostrou preocupação com os impactos no Brasil. "Câmbio e petróleo são calcanhares de aquiles no governo, porque tem muito impacto inflacionário. O governo precisa de tudo pra tentar conter a inflação e se viabilizar eleitoralmente", explicou.

Para o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o presidente Jair Bolsonaro não se omitiu em relação à invasão russa. "Pediu que as vias diplomáticas sejam utilizadas para eliminar o conflito. Nós não somos uma potência mundial, uma potência bélica para tomar outro tipo de atitude", analisou.

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Manifestações

Se Bolsonaro não foi enfático sobre a invasão à Ucrânia, seus prováveis adversários na corrida presidencial não se calaram. O primeiro a se manifestar foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): "A guerra só leva à destruição, ao desespero e à fome. O ser humano tem que criar juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação".

Sergio Moro (Podemos) alfinetou Bolsonaro e Lula anotando que "é muito preocupante o apoio de Bolsonaro e do PT ao governo Putin. Eles apoiam o lado errado. O lado do agressor e do autoritarismo".

A senadora Simone Tebet (MDB) ressaltou que os impactos do conflito estão sendo sentidos em todo o mundo. "A reação negativa das bolsas de valores e a alta no preço do petróleo vão gerar recessão, mais inflação e mais fome no Brasil", disse. Ciro Gomes (PDT) também alertou para as consequências da guerra. "Precisamos nos preparar, especialmente por termos um governo frágil, despreparado e perdido", criticou.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) disse que a guerra "nunca é resposta a nada". Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania) citou o líder britânico Winston Churchill: "Não adianta tentar negociar com um tigre quando ele já tem a sua cabeça na boca", lembrou.

Pré-candidato do Avante, o deputado federal André Janones (MG) ressaltou que "o mundo sequer superou a guerra contra a covid e, agora, mais do que nunca precisa de paz para se restabelecer". Candidato pelo Novo, Felipe d'Avila classificou o ataque como o maior teste da democracia no mundo. "Está na hora dos países democráticos se prepararem para expelir esse populista autoritário, que é Vladimir Putin, da Ucrânia".