Os governos precisam mudar radicalmente seus investimentos em incêndios florestais e focar na prevenção desses acontecimentos, alerta um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). De acordo com o estudo, até o final de 2050, teremos um aumento global de incêndios extremos de 30%. Até 2100, no final do século, o aumento será de 50%.
O estudo aponta para um risco crescente de incêndios florestais até em lugares improváveis, como o Ártico, já que o gelo está dando lugar à vegetação em um ambiente que é seco.
O relatório foi lançado nesta quarta-feira (23/2), antes do encontro de representantes de 193 nações em Nairóbi para sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-5.2), entre 28 de fevereiro e 2 de março. A publicação convida governos de todo o mundo a adotar uma nova "fórmula de prontidão para o fogo", na qual dois terços dos gastos são dedicados ao planejamento, prevenção, preparação e recuperação de incêndios florestais. Atualmente, a contenção de incêndios florestais geralmente recebe mais da metade das despesas, enquanto a prevenção dispõe de menos de 1% desse recurso.
"As atuais respostas governamentais aos incêndios florestais estão muitas vezes investindo nos lugares errados. Os trabalhadores de serviços de emergência e os bombeiros que estão na linha de frente e arriscam suas vidas pelo combate aos incêndios florestais precisam de suporte. Precisamos minimizar os riscos de incêndios extremos estando mais bem preparados: investir mais na redução de riscos de incêndio, trabalhar com comunidades locais e fortalecer o compromisso global pelo enfrentamento da mudança climática”, afirma Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA.
Os incêndios florestais afetam os países mais pobres do mundo de forma desproporcional. Com um impacto que pode durar meses e até anos após as chamas se apagarem, as queimadas impedem o avanço rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e agravam a desigualdade social.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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