Diplomacia

Comissão de Relações Exteriores da Câmara repudia ataques russos à Ucrânia

Presidente da comissão, Aécio Neves (PSDB-MG) pede que o Brasil utilize a cadeira da ONU para incentivar a resolução pela paz. Parlamentares se preocupam com a consequência da disparada do petróleo, que aumentará a inflação no país

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, soltou nota em repúdio aos ataques cometidos contra o território ucraniano. Assinada pelo presidente da comissão, Aécio Neves (PSDB-MG), o documento alertou que o ato deve ser “fortemente condenado”.

“Os bombardeios russos contra a Ucrânia, país soberano que conquistou sua Independência em 1991, violam as regras e normas internacionais e devem ser fortementes condenados pelas instâncias multilaterais e os governos democráticos”, afirmou.

A nota lembrou, ainda, que a entidade competente para solucionar conflitos como esse é o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU), e incentivou o país a buscar a resolução do conflito por meio da paz.

“Encorajamos o Brasil, por meio de sua diplomacia e com assento neste órgão da ONU, para que atue de forma objetiva e clara em benefício do diálogo e da construção de uma agenda de paz e segurança duradouros”, seguiu o texto.

Vice-presidente da CREDN, o deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR) também se manifestou. Ele pediu que todas as nações condenem o ato do presidente russo, Vladimir Putin. Para ele, o respeito à soberania e autodeterminação dos povos é princípio basilar de nossa democracia e deve ser obedecido.

"O Brasil não pode fazer vista grossa para megalomania do presidente da Rússia Vladimir Putin. Ele invadiu um país soberano e está colocando em risco toda estabilidade mundial. Não adianta nessa hora fazer apenas discurso de candidata a miss pregando a paz mundial. Todas as nações precisam condenar esse ato de guerra e intensificar as sanções contra a Rússia nesse primeiro momento. A história nos mostra que deixar uma situação dessas sem resposta pode ter consequências catastróficas", pontuou.

Inflação

Rubens fez menção à visita do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), à Rússia em meio à crise e considerou como sendo uma atitude, no mínimo, irresponsável. Ele alegou que a ida de Bolsonaro ao país deu respaldo a Putin para dizer que “estava agindo dentro da normalidade”. Ele também lembrou que, em 2014, no governo de Dilma Rousseff, o Brasil teve o mesmo comportamento.

"Agora, estamos assistindo a uma violação a soberania da Ucrânia e mortes da população civil. A posição vacilante do Brasil perante a Rússia, e é bom que se diga, também aconteceu em 2014, no governo de Dilma Rousseff, quando a Rússia também invadiu a invasão da Ucrânia", ressaltou o deputado.

Outra consequência prevista por Bueno versa sobre a disparada do preço do petróleo, piorando ainda mais a inflação no Brasil. Ele lembrou também que itens como a gasolina e o gás poderão ter mais alta no preço.

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