A secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric, condenou "energicamente", nesta quinta-feira (24/2), o "ataque militar" da Rússia à Ucrânia e antecipou a adoção de medidas, "rapidamente", para "responder à situação".
O ataque representa "uma clara violação do estatuto" do Conselho da Europa e da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, acrescentou a chefe da organização pan-europeia, à qual Rússia e Ucrânia pertencem. "Peço às autoridades russas o cessar imediato e incondicional das hostilidades e um retorno à diplomacia para restabelecer a paz e evitar novas e devastadoras consequências" para a Europa, acrescentou.
Para Pejcinovic Buric, que evocou a "hora mais sombria para a Europa e tudo o que ela representa", ressaltou que proteger a vida dos civis é uma "prioridade".
O comitê de ministros do Conselho da Europa, seu órgão executivo, fará uma "reunião extraordinária" nesta quinta-feira, a partir das 15h locais (11h em Brasília), disse à AFP o porta-voz do conselho, Daniel Holtgen.
Criada em 1949 no contexto da incipiente Guerra Fria e reunindo 47 países, a organização já adotou sanções contra a Rússia após a anexação da então península ucraniana da Crimeia, em 2014.
A delegação russa à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa foi privada de seu direito de voto. Em resposta, Moscou suspendeu sua contribuição ao orçamento da organização.
Após cinco anos de crise, a controvérsia foi resolvida, e a delegação russa voltou a fazer parte do órgão deliberativo do Conselho, que não está vinculado às instituições da União Europeia (UE).