O presidente russo Vladimir Putin anunciou nesta segunda-feira (21) que reconhecerá oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, controladas hoje por separatistas apoiados pela Rússia.
O Kremlin também anunciou que tropas russas foram orientadas a agir para "manter a paz" nas regiões ucranianas.
As decisões de Moscou aumentaram o temor de uma guerra na região — e, além dos receios, despertou também reações quase imediatas de organizações internacionais e de representantes de países ocidentais, incluindo o anúncio de novas sanções.
Em uma nota, a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki disse que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve proibir "novos investimentos, comércio e financiamento por pessoas dos EUA para, de ou dentro (das)" duas regiões separatistas reconhecidas pelo presidente Putin.
Fontes do governo britânico informaram que o Reino Unido também deve anunciar um conjunto de sanções à Rússia nesta terça-feira (22), com restrições a pessoas e organizações ligadas ao governo russo.
Mais cedo, a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, tuitou: "Não vamos permitir que a violação da Rússia de seus compromissos internacionais passe impune."
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou também que a recente decisão de Moscou configura um rompimento das normais internacionais, acusação que foi feita também pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pela ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
A Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), pediu que seus cidadãos deixem o leste de Ucrânia e se ofereceu para mediar o conflito.
Putin, por sua vez, afirmou que uma eventual adesão da Ucrânia à Otan seria uma "ameaça direta à segurança da Rússia" e disse que a organização ignorou as preocupações de seu país relativas a isso.
Poucas horas depois, uma nota em nome do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, foi publicada: "Eu condeno a decisão da Rússia de estender o reconhecimento às autodenominadas 'República do Povo de Donetsk' e 'República do Povo de Luhansk."
Mais uma vez, o representante da organização acusou a Rússia de buscar um pretexto para invadir a Ucrânia.
"Isso prejudica ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, corrói os esforços para a resolução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é parte", continua a nota.
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, disse que a "União Europeia e seus parceiros vão responder com unidade, firmeza e determinação em solidariedade à Ucrânia".
"O reconhecimento de dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk", completou von der Leyen.
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