A França interromperá as importações de carne de animais tratados com antibióticos para promover seu crescimento, cujo uso está proibido na União Europeia (UE) desde 2006, informou nesta segunda-feira (21) o governo.
O Diário Oficial deve publicar nesta terça-feira o decreto que proíbe a importação ou a comercialização desses produtos durante um ano.
O texto dá dois meses aos profissionais para que "preguntem a seus fornecedores e obtenham garantias de que a carne não procede de uma exploração que utiliza antibióticos para o crescimento", declarou à AFP o ministro da Agricultura, Julien Denormandie.
Fora da UE, onde está proibido desde 2006, alguns criadores acrescentam antibióticos aos alimentos dos animais para favorecer seu crescimento, e não com fins terapêuticos.
Esta prática está sendo questionada por sua contribuição para o surgimento de micróbios resistentes aos antibióticos utilizados para tratar infecções humanas ou animais.
"Não faz sentido em termos de saúde ambiental" e é "uma aberração em termos de soberania, ao fazer nossas belas e respeitosas produções locais competir [...] com produtos procedentes de explorações que ainda utilizam esses antibióticos de crescimento", afirmou o ministro, quecitou como exemplo grandes países exportadores de carne de aves, como Brasil, Ucrânia e Tailândia.
A proibição de importar esses produtos era esperada, a nível europeu, até o fim de janeiro de 2022, o mais tardar.
Para Bruno Dufayet, da organização Interbev, que representa o setor na França, a medida apenas será 100% eficaz "se for aplicada no conjunto do mercado europeu".
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