Marín, Espanha - Familiares dos doze desaparecidos no naufrágio de um pesqueiro espanhol em águas canadenses, protestaram neste domingo(20) para pedir a retomada das buscas pelos seus corpos.
Ele se reuniram no centro de Marín, uma vila pesqueira da Galiza (noroeste de Espanha), onde o navio estava ancorado.
Muitos exibiam fotografias dos desaparecidos. "Há doze desaparecidos. Foi uma tragédia muito grande. Por favor, retomem as buscas agora", disse María José del Pozo, cujo pai é um dos desaparecidos.
Ela disse ainda que os familiares dos marinheiros viajarão esta semana a Madrid para apresentar o caso ao primeiro-ministro, Pedro Sánchez. No entanto, o seu gabinete anunciou que ele viajará para a Galiza na segunda-feira.
Quando o "Villa de Pitanxo" afundou na costa leste do Canadá (Terra Nova), havia 24 pessoas a bordo. Os socorristas resgataram três sobreviventes e recuperaram nove corpos.
O serviço de resgate canadense encerrou as buscas na quarta-feira, depois de realizar uma operação "exaustiva" de 36 horas em meio a condições climáticas muito difíceis. Eles percorreram cerca de 3.100 km2.
Os manifestantes fizeram fila para assinar uma petição exigindo uma busca pelos desaparecidos. Cerca de 70.000 pessoas assinaram até agora.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, disse na sexta-feira que pediu à sua colega canadense, Melanie Joly, que seu país retome as buscas quando o tempo melhorar.
A bordo do navio estavam 16 espanhóis, cinco peruanos e três ganenses.
Devido às temperaturas geladas da água e mar agitado, é considerado quase impossível encontrar mais sobreviventes.
Um avião da Força Aérea Espanhola voou para o Canadá neste domingo para repatriar os três sobreviventes, dois espanhóis e um ganense, e cinco dos nove corpos recuperados, informou o governo em comunicado. Os outros corpos serão repatriados para o Peru, acrescentou.
Este avião deverá retornar a Espanha na segunda-feira, quando o país cumprirá um dia oficial de luto pelas vítimas do naufrágio.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, estará presente quando a aeronave aterrissar por volta das 18h00 locais no aeroporto de Santiago de Compostela, capital da Galiza, informou o seu gabinete.
Após o resgate, os três sobreviventes - encontrados em um bote salva-vidas sofrendo de hipotermia - permaneceram em silêncio a maior parte do tempo.
"Como você acha que estamos? Ponha-se no meu lugar. Quando eu chegar na Espanha falarei com as famílias", confidenciou um deles, o capitão do barco de pesca, Juan Padín, do hotel onde estão hospedados, no porto canadense de St. John's, segundo o jornal espanhol ABC.
O pesqueiro afundou cerca de 250 milhas náuticas (463 km) a leste da ilha de Newfoundland, uma área onde os navios espanhóis e portugueses pescam com frequência.