Conflito

Rússia x Ucrânia: o que imagens de satélite revelam sobre movimento do exército russo na fronteira

Imagens feitas em meados de fevereiro mostram que a Ucrânia permanece cercada com equipamentos de artilharia e concentração de tropas nas fronteiras com a Rússia e Belarus


As mais recentes imagens de satélite fornecidas pela empresa de tecnologia espacial americana Maxar mostram atividade militar russa em grande escala persistindo perto das fronteiras da Ucrânia, apesar de o governo russo ter afirmado que está retirando tropas após o fim de exercícios militares.

Imagens feitas em meados de fevereiro mostram que a Ucrânia permanece cercada com equipamentos de artilharia e concentração de tropas nas fronteiras com a Rússia e Belarus.

Atividade das tropas russas

Em especial, ucranianos se preocupam com a presença de um novo hospital de campanha a certa distância da área de treinamento de Osipovichi, no noroeste de Belarus.

Embora isso seja um elemento legítimo em qualquer exercício de grande escala, ele também pode ser uma indicação de um conflito iminente.

Outras concentrações e atividades de tropas foram detectadas ainda mais próximas das fronteiras da Ucrânia.

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Em 15 de fevereiro, foi fotografada uma ponte flutuante militar sobre o rio Pripyat. Ela fica a menos de 6 km da fronteira de Belarus com a Ucrânia.

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Analistas da McKenzie Intelligence Services, com sede em Londres, destacaram a grande área de preparação na margem direita do rio como um indicador da possível intenção de mover um grande número de veículos.

Alguns relatórios sugerem que a ponte pode ter sido removida.

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Outra imagem é de artilharia autopropulsada, ou canhões de grande calibre, montados em tanques em Brestsky, que fica a cerca de 50 km da fronteira.

Uma unidade recém-chegada de 20 helicópteros de ataque antitanque foi fotografada no aeródromo de Zyabrovka, a 30 km da fronteira.

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Os analistas da McKenzie Intelligence dizem que há 12 prováveis ??helicópteros russos Hokum e cinco prováveis ??helicópteros Hind ou Mi-28 Havoc.

É importante lembrar que a atual presença militar da Rússia com cerca de 30 mil soldados em Belarus, embora alarmante tanto para a Ucrânia quanto para a Otan, faz parte de exercícios conjuntos programados que devem terminar em 20 de fevereiro.

Portanto, um teste importante das intenções de Moscou virá depois dessa data, quando as imagens de satélite revelarão se a maioria das forças russas terá ido embora ou permanecido.

O que essas imagens não nos dizem

Não há nada nessas imagens que prove definitivamente que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia.

A Rússia continua insistindo que essa não é sua intenção e que tudo isso é apenas propaganda ocidental.

Mas as principais autoridades de defesa da Otan acreditam que a Rússia agora tem forças suficientes ao redor da Ucrânia para executar uma invasão se o presidente Putin der a ordem.

A escala, a magnitude e a disposição de soldados da Rússia perto das fronteiras da Ucrânia são inéditas - por exemplo, com unidades de defesa aérea trazidas de milhares de quilômetros de distância do leste da Sibéria.

Sob a liderança de Putin, as Forças Armadas da Rússia passaram por uma transformação dramática desde os dias sombrios da década de 1990, após o colapso da União Soviética.

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Aconteceram duas coisas que despertaram atenção internacional para as Forças Armadas da Rússia.

Em primeiro lugar, enormes somas de dinheiro do governo russo foram investidas na modernização e aprimoramento de tropas, equipamentos, armas, ciberataques e logística, desde as últimas versões de ataques cibernéticos até a reorganização de unidades de combate em "Grupos de Batalhão Tático" compactos com cerca de 800 soldados apoiados por tanques, artilharia e outras armas.

Em segundo lugar, os comandantes e estrategistas russos passaram os últimos sete anos ganhando experiência de combate na Síria e no leste da Ucrânia. Suas armas foram testadas no campo de batalha e os comandantes russos aprenderam com erros do passado.

De modo geral, analistas ocidentais acreditam que Moscou poderia, se quiser, manter uma presença militar considerável e ameaçadora ao redor das fronteiras da Ucrânia por semanas ou até mesmo meses.


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