A intensificação dos combates já é uma realidade na fronteira entre Rússia e Ucrânia, com operações que preocupam líderes ocidentais. Na quinta-feira (17/2), um jardim da infância em Stanitsa Luganska, uma pequena cidade na linha de frente do leste ucraniano, foi bombardeado, desencadeando troca de acusações sobre a autoria do ataque entre Kiev e separatistas pró-russos que atuam na região.
Havia 20 crianças na escola no momento da explosão, que aconteceu por volta das 9h (horário local). Em entrevista à agência France-Presse de notícias (AFP), Natalia Slessareva, que é funcionária da creche, contou que elas estavam tomando café da manhã no refeitório e, em seguida, iriam para a sala de esportes, que teve a parede perfurada por projéteis. "Se a explosão tivesse ocorrido 15 minutos depois, as consequências poderiam ter sido catastróficas", disse.
De acordo com o exército ucraniano, 32 projéteis caíram sobre a cidade. Um deles sobre o parquinho infantil da creche, onde foi aberta uma cratera entre dois escorregadores. Três funcionários da escola ficaram feridos, além de dois soldados ucranianos e outros dois civis. Parte das lojas da cidade permaneceu fechada após os bombardeios devido à falta de eletricidade. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenksy, denunciou o atentado como uma "provocação", e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acusou Moscou de querer "desacreditar" Kiev para justificar uma invasão.
Os separatistas de Luhansk, por sua vez, acusam os russos pelo bombardeio e dizem que Kiev tem aumentado o número de ataques com armas pesadas para "empurrar o conflito para uma escalada". Desde 2014, a Ucrânia trava uma guerra contra os separatistas pró-russos no leste do país, nas regiões de Donetsk e Lugansk. Mesmo com inúmeras tentativas de cessar-fogo, os combates nunca cessaram totalmente, causando mais de 14 mil mortes.