Pequim, China | A morte repentina de um jovem funcionário de uma gigante chinesa de Internet reacendeu o debate sobre o extenuante ritmo de trabalho e a cultura de horas extras com jornadas de 72 horas.
O jovem, de 25 anos, morreu de hemorragia cerebral na noite de sexta-feira (4), depois de procurar tratamento e não se apresentar ao trabalho como moderador de conteúdo do site de vídeos Bilibili.
Em um comunicado na noite de terça (9), a empresa confirmou o falecimento.
"A morte deste excelente trabalhador representa uma enorme perda para a empresa, mas também nos serve de alerta", escreveu a empresa.
"Devemos fazer melhorias para controlar a saúde dos nossos funcionários e evitar que tragédias similares se repitam", completa a nota.
O óbito se dá após vários casos de mortes súbitas no setor de tecnologia, provocando um debate sobre a cultura "996" - trabalhar seis dias por semana, das 9h às 21h - defendida por chefes como o fundador do Alibaba, Jack Ma.
Depois que um blogueiro anunciou a morte do jovem - citando colegas de trabalho anônimos, que disseram que ele foi forçado a fazer horas extras -, o caso se tornou viral no Weibo, a rede social chinesa equivalente ao Twitter.
Outros usuários do Weibo, que afirmam ser funcionários da Bilibili, acusam a empresa de forçar os moderadores de conteúdo a trabalhar 12 horas seguidas durante os feriados do Ano Novo Chinês.
Bilibili nega as acusações de imposição de horas extras, garantindo que o funcionário estava designado para trabalhar oito horas diárias, com dois dias de folga depois de cinco dias de trabalho, como parte da escala durante os feriados do Ano Novo Chinês.