Em meio a críticas causadas pela crise migratória que afeta a região norte do Chile, nas fronteiras com Bolívia e Peru, o chanceler do país Andrés Allamand anunciou ontem sua renúncia ao cargo. Ele assumirá o posto de secretário-geral da Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib), entidade que reúne os 22 países da comunidade ibero-americana.
No domingo (6/2), ao retornar de uma viagem à Espanha, onde funciona a sede da Segib, o chanceler apresentou um comunicado à imprensa, anunciando que deixava a função. "Apresentei minha renúncia ao cargo de chanceler'', disse. A viagem gerou inúmeras críticas, em virtude dos protestos de moradores das cidades de Iquique e Arica contra a grande presença de imigrantes sem documentos, em sua maioria venezuelanos, que atravessam por passagens clandestinas da Bolívia e do Peru.
Os manifestantes acusam os imigrantes pelo aumento da criminalidade nessas regiões fronteiriças e, como tentativa de impedir o ingresso e permanência no país, atacaram alguns acampamentos. A ação chamou atenção da Organização das Nações Unidas que classificou os episódios como "atos de discriminação e xenofobia".
A ausência do então chanceler foi reprovada pelo deputado da oposição, Jaime Naranjo. "Considero extraordinariamente grave a ausência do ministro das Relações Exteriores para abordar a crise migratória", disse.
Allamand rebateu as críticas e afirmou que elas distorcem o objetivo de sua viagem. "É preciso admitir que a situação gerou uma série de críticas que afetam o governo do qual faço parte e pretendem descredibilizar o trabalho da Chancelaria. As críticas distorceram o que fui fazer no exterior e prejudicaram o cenário político", declarou.
Com a saída de Andrés Allamand, o cargo de chanceler será ocupado interinamente pela subsecretária das Relações Exteriores, Carolina Valdivia Torres. O anúncio foi feito pelo governo chileno.
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