Vaticano

'Esta não é a igreja de Deus', disse homem que invadiu audiência do Papa Francisco

Sentado ao fundo da sala, sozinho e distante dos demais presentes, o homem removeu a máscara de proteção, exigida para ingressar no local, antes de se manifestar

A audiência semanal do papa Francisco no Vaticano foi interrompida, ontem, pelos gritos, em inglês, de um homem, cuja identidade não foi divulgada, e que acabou detido pela polícia. “Deus o rejeita; você não é um rei”, bradou ele, de acordo com a agência de notícias AFP. "Esta não é a igreja de Deus", teria dito ainda.

Sentado ao fundo da sala, sozinho e distante dos demais presentes, o homem, que aparentava ter entre 40 e 50 anos, removeu a máscara de proteção, exigida para ingressar no local, antes de se manifestar. Ele, que segundo testemunhas também falou em italiano, não resistiu à detenção.

Francisco ouviu os gritos, mas não ficou claro aos presentes à audiência se ele entendeu o que o homem dizia. Depois que o manifestante foi levado, o papa pediu que todos rezassem pelo desconhecido.

“Há alguns minutos ouvimos um homem que gritava, berrava, que tinha algum tipo de problema, não sei se é físico, psicológico ou espiritual. Mas é um irmão nosso que tem um problema”, disse, acrescentando: “Gostaria de terminar rezando por ele, por nosso irmão que está sofrendo, pobre homem, porque se ele estava gritando, é porque está sofrendo. Não sejamos surdos às necessidades desse irmão.”

Segundo informações, o homem seria um irlandês, que reside em Roma. E não seria a primeira vez que ele protagoniza cenas semelhantes.

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Celibato

Na Alemanha, o cardeal Reinhard Marx, cuja arquidiocese foi objeto de um recente relatório condenatório sobre o abuso sexual de menores, declarou-se, ontem, favorável ao fim da exigência do celibato para sacerdotes. “No caso de muitos sacerdotes, seria melhor se fossem casados”, disse o influente arcebispo de Munique e Freising ao jornal Sueddeutsche Zeitung.

Um relatório independente, divulgado no início do ano, contabilizou 497 vítimas de abusos sexuais por 235 pessoas, entre eles 173 padres, nessa arquidiocese entre 1945 e 2019. “Acho que as coisas não podem continuar como estão”, afirmou Marx.