Nova York, Estados Unidos- A atriz Whoopi Goldberg foi suspensa na terça-feira por duas semanas do programa que apresenta no canal ABC depois de ser criticada por dizer que o genocídio nazista de seis milhões de judeus não foi "uma questão de raça".
Apesar de a apresentadora do programa "The View" ter pedido desculpas, a presidente da ABC News, Kim Godwin, afirmou que não era suficiente.
"Com efeito imediato, suspendo Whoopi Goldberg por duas semanas por seus comentários equivocados e ofensivos", afirmou Godwin em um comunicado publicado na conta de relações públicas do canal no Twitter.
"Embora Whoopi tenha se desculpado, eu pedi a ela que tire um tempo para refletir e perceber o impacto de seus comentários", completou.
A atriz, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por "Ghost" (1990), afirmou em uma edição do "The View" que o Holocausto envolveu "dois grupos de pessoas brancas".
"No programa de hoje disse que o Holocausto 'não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem'. Deveria ter dito que são os dois", escreveu Goldberg no Twitter na segunda-feira à noite.
"O povo judeu de todo o mundo sempre contou com meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei", acrescentou a atriz de 66 anos.
Após os comentários de Goldberg, críticos responderam que a raça foi determinante para o genocídio, já que os nazistas acreditavam que eram uma raça superior.
"Não @WhoopiGoldberg, o #Holocausto foi a aniquilação sistemática do povo judeu por parte dos nazistas, que os consideravam uma raça inferior", tuitou Jonathan Greenblatt, diretor da Liga Antidifamação.
"Foram desumanizados e usaram essa propaganda racista para justificar o assassinato de seis milhões de judeus. A distorsão do Holocausto é perigosa", acrescentou.
Por sua vez, o Museu do Holocausto dos Estados Unidos escreveu no Twitter que "o racismo foi fundamental para a ideologia nazista".
"Os judeus não se definiam pela religião e sim pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa", declarou essa instituição sem fazer referência aos comentários de Goldberg.
Goldberg, que protagonizou filmes que denunciaram o racismo contra os negros como "A Cor Púrpura", falou durante uma discussão sobre a proibição em uma escola de Tennessee da 'graphic novel' de 1986 "Maus", sobre a vida no campo de concentração nazista de Auschwitz.
O livro, vencedor do Prêmio Pulitzer, que retrata judeus como ratos e nazistas como gatos, é considerado uma representação poderosa e precisa do assassinato nazista de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.