Crise

Rússia proíbe residentes de transferirem divisas para exterior

Além desta primeira medida, os exportadores russos serão obrigados, a partir de hoje, a converter em rublos 80% de sua receita em moeda estrangeira obtida desde 1º de janeiro

Agência France-Presse
postado em 28/02/2022 14:32
 (crédito: Natalia Kolesnikova/AFP)
(crédito: Natalia Kolesnikova/AFP)

Moscou, Rússia | O presidente Vladimir Putin decretou, nesta segunda-feira (28), a implementação de várias medidas para compensar a queda do rublo, abalado pelas sanções ocidentais ligadas à Ucrânia, incluindo a proibição para os residentes na Rússia de transferirem divisas para o exterior - anunciou o Kremlin.

Segundo um decreto publicado na página online oficial do Kremlin, os residentes na Rússia ficarão proibidos de transferirem dividas para o exterior, a partir de terça-feira.

Além desta primeira medida, os exportadores russos serão obrigados, a partir de hoje, a converter em rublos 80% de sua receita em moeda estrangeira obtida desde 1º de janeiro.

O anúncio destas medidas coincide com uma tentativa do governo de reforçar as defesas da economia russa contra as sanções anunciadas pelos países ocidentais, em represália pela invasão da Ucrânia por Moscou.

Estados Unidos, membros da União Europeia e outros países anunciaram a exclusão de alguns bancos russos do sistema internacional de pagamentos bancários internacionais Swift e de quaisquer transações com o Banco Central da Rússia.

Esta última medida visa a neutralizar uma parte das gigantescas reservas de divisas estrangeiras que a Rússia acumulou nos últimos anos, sobretudo, graças às suas receitas provenientes das atividades petrolíferas.

A venda de divisas é uma das principais ferramentas utilizadas pelos países quando pretendem apoiar sua moeda nacional.

Nesta segunda, o rublo despencou em relação ao dólar e ao euro na abertura dos mercados, atingindo mínimos recordes.

As sanções ocidentais levaram o Banco Central da Rússia a aumentar fortemente sua taxa básica de juros, a 10,5 pontos (20%), para limitar a inflação.

 

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