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Invasão da Ucrânia: as crianças mortas na guerra com a Rússia

Um menino morreu no bombadeio deste bloco de apartamentos em Chuhuiv, no nordeste da Ucrânia

BBC
BBC Geral
postado em 28/02/2022 08:46

O número de civis mortos durante a invasão da Ucrânia pela Rússia está aumentando a cada dia. No domingo (27/02), o comissário de Direitos Humanos da Ucrânia estimou em 210 o número de vítimas civis, incluindo várias crianças. A maioria dos civis ainda não foi identificada, mas suas histórias são igualmente horríveis.

Alisa Hlans, uma menina de sete anos, foi uma das seis pessoas mortas em um ataque a um jardim de infância no segundo dia da invasão russa (25/02) na pequena cidade de Okhtyrka, a uma hora de carro da fronteira nordeste da Ucrânia.

Ela, que completaria oito anos daqui a três meses, morreu no hospital um dia depois após não resistir aos ferimentos.

Mensagem de Irina Venediktova
Irina Venediktova/Facebook
A procuradora-geral Irina Venediktova postou esta imagem no Facebook anunciando a morte de Alisa Hlans no hospital

Várias outras crianças foram mortas no avanço russo, incluindo uma menina chamada Polina, que estava no último ano da escola primária em Kiev.

De acordo com a autoridade local da capital ucraniana, ela e seus pais foram mortos a tiros por um grupo russo de sabotagem e reconhecimento em uma rua no noroeste da cidade.

Polina
Volodymyr Bondarenko/Facebook
Polina estava com a família quando o carro deles foi atacado

Após o ataque, o irmão e a irmã de Polina foram levados para o hospital, mas não há informações atualizadas sobre o estado de saúde deles.

Outra vítima, de identidade não revelada, foi um menino morto durante o bombardeio a um bloco de apartamentosno nordeste da Ucrânia no segundo dia da invasão da Rússia. A explosão provocou incêndios em vários apartamentos em Chuhuiv, um pequeno município nos arredores da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv.


Cinco membros de uma mesma família morreram no sul da Ucrânia no primeiro dia da guerra, quando as tropas russas avançaram em direção à cidade de Kherson da Crimeia, que a Rússia havia tomado da Ucrânia em 2014. Os detalhes do ataque foram revelados pelo chefe da polícia de patrulha da Ucrânia, Yevhen Zhukov.

As circunstâncias não são claras, mas a família estava tentando escapar da invasão russa em dois carros quando foram atacados perto de Nova Kakhovka, nos arredores de Kherson.

O policial Oleg Fedko decidiu retirar sua família para longe da área de conflito, mas como ele estava trabalhando em Kherson, seu pai, também chamado Oleg Fedko, foi até lá para ajudar e a família partiu em dois carros.

O irmão do policial, Denis, disse que estava conversando com sua mãe no telefone quando ela começou a gritar que havia crianças no carro. Em seguida, Denis ouviu o barulho de tiros.

Os dois avós das crianças, de 56 anos, morreram juntamente com a esposa do policial, Irina, e dois filhos: Sofia, de seis anos, e Ivan, de apenas algumas semanas.

A mais de 450 quilômetros de distância, em dois vilarejos não muito distantes da fronteira com a Rússia, no sudeste da Ucrânia, a população de etnia grega do país vivenciou uma tragédia dupla: dez membros da comunidade étnica grega da Ucrânia morreram em suas aldeias no sul.

Os gregos vivem na Ucrânia desde os tempos antigos — estima-se que hoje a população seja de 150 mil gregos no país.

No sábado, o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis falou de sua tristeza e raiva por dez civis de origem grega terem sido mortos por ataques aéreos russos perto da cidade portuária de Mariupol.

Duas aldeias foram atingidas: Sartana, nos arredores de Mariupol, e Buhas, cerca de 65 km ao norte.

Houve indignação na Grécia com a perda de vidas civis;, e o ministro das Relações Exteriores protestou com o embaixador russo.

A embaixada russa em Atenas atribuiu a culpa pelo ataque às forças ucranianas, alegando que as "operações militares especiais" da Rússia visam apenas unidades militares e infraestrutura.


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