Guerra na Ucrânia

"Quer que eu faça o que pra acabar com a guerra?", questiona Bolsonaro em coletiva

Presidente passa o feriado do Carnaval no litoral paulista, onde concedeu entrevista a jornalistas. Bolsonaro voltou a defender que o Brasil permanecerá neutro diante do conflito.

Taísa Medeiros
postado em 27/02/2022 19:05 / atualizado em 27/02/2022 19:53
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), realizou uma coletiva de imprensa no fim da tarde deste domingo (27/2), no Guarujá, litoral paulista. A entrevista, realizada no Forte dos Andradas, teve como mote a guerra na Ucrânia – sobre a qual voltou a defender que o Brasil permaneça neutro. O presidente também comentou sobre as propostas para reduzir o preço dos combustíveis e a possibilidade de mais um saque do FGTS para os brasileiros.

A respeito da invasão russa à Ucrânia, o presidente, em tom irritado, questionou a um dos jornalistas: “Você quer que eu faça o que pra acabar com a guerra? Tudo que eu podia fazer eu já fiz e vou continuar fazendo”, disparou. 

“No meu entender, nós não vamos tomar partido. Vamos continuar pela neutralidade, e ajudar na medida do possível, na busca por soluções. Eu vou esperar o relatório para ver como vai ser minha posição. Isso [uma posição mais crítica] pode trazer sérios prejuízos para a agricultura no Brasil”, defendeu Bolsonaro. Segundo ele, romper com a Rússia poderia acarretar em fome e miséria, “e não queremos trazer mais sofrimentos”.

Bolsonaro disse, ainda, que é um 'exagero falar em massacre'. "Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil", reiterou.

Ao ser questionado a respeito da conversa que teve com Putin, quando foi à Rússia no início do mês, Bolsonaro afirmou que não poderia dar mais detalhes, mas garantiu que foi um encontro descontraído e que durou mais de duas horas. O presidente teceu comentários elogiosos a Putin. "Todas as vezes que conversei com o Putin foi uma conversa de altíssimo nível".

Para além das questões da guerra, Bolsonaro aproveitou para comentar a respeito do preço dos combustíveis. Sobre a questão, relembrou que seu governo congelou os impostos federais, e comentou a respeito das propostas discutidas no Congresso Nacional. Além disso, falou brevemente sobre a possibilidade de um novo saque do FGTS. “Existe uma possibilidade sim, de saques do FGTS. Não posso dar mais detalhes porque não batemos o martelo”, afirmou.

 

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