Guerra

Encarregado da Ucrânia no Brasil diz que embaixada sofre ataque cibernético russo

Tkach também reforçou pedido de ajuda humanitária à Ucrânia e informou que o melhor canal para doações é o Facebook da embaixada, onde está disponível o número de PIX para transferências. Ele completou ainda que a Rússia é uma ameaça não somente à Ucrânia, mas à ordem mundial e pediu apoio do Brasil na Assembleia-Geral da ONU

Ingrid Soares
postado em 27/02/2022 13:20 / atualizado em 27/02/2022 19:08
 (crédito: Reprodução / CNN Brasil)
(crédito: Reprodução / CNN Brasil)

Em coletiva de imprensa em Brasília, o encarregado da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou neste domingo (27/02) que o site da Embaixada foi alvo de ataque cibernético da Rússia. 

"Nos quatro dias, as autoridades ucranianas, os bunkers, estão sofrendo ataques cibernéticos maciços. Também os nossos sites e emails não estão funcionando no momento. Não há previsão para retomada, nossos especialistas técnicos estão trabalhando", apontou.

Tkach também reforçou pedido de ajuda humanitária à Ucrânia e reforçou que o melhor canal para doações é o Facebook da embaixada, onde está disponível o número de PIX para transferências.

"O melhor canal para doação é a nossa página da embaixada no Facebook, que tem toda a informação e tem um canal de comunicação com a embaixada também", informou.

"Estamos precisando de ajuda humanitária. Pedimos a todos que entrem em contato conosco quem tem possibilidades, através das nossas redes sociais. Os nossos sites e correios eletrônicos não estão funcionando por causa dos ataques cibernéticos", reforçou.

O encarregado disse ainda que a Ucrânia "está disposta a negociar", mas que "não aceita ultimatos" e requer a retirada de todas as tropas. "Nós já falamos sobre a nossa posição sobre o formato e a nossa posição negocial para a Rússia. Por isso, precisamos que as negociações levem em conta a posição da Ucrânia. Não aceitamos os ultimatos e condições, apenas as negociações completas". Segundo ele, o encontro para a uma possível negociação ocorrerá na fronteira Bielorussa da Ucrânia.

Tkach completou ainda que a Rússia é uma ameaça não somente à Ucrânia, mas à ordem mundial.

"Nós vamos continuar lutando, nós estamos esperando a solidariedade de toda a comunidade internacional porque nesse momento nós estamos lutando pelos valores democráticos pelo sistema de segurança que foi criado no mundo depois da Segunda Guerra Mundial. É uma ameaça à ordem mundial, não é só uma ameaça à Ucrânia".

Sobre o posicionamento do Brasil a respeito da crise, declarou que espera apoio do país também durante a sessão da Assembleia-Geral da Onu. Já o presidente Jair Bolsonaro, ainda não se manifestou claramente condenando a invasão russa.

"O principal é que o Brasil apoiou junto com os outros 11 membros do Conselho de Segurança da ONU apoiou a resolução com a solicitação de terminar as ações agressivas da Rússia. Esperamos que o Brasil continue apoiando hoje e também durante a sessão da Assembleia-Geral".

Tkach ressaltou também que espera que as sanções continuem sendo levantadas conforme as agressões da Rússia continuarem.

"As sanções já cobram um preço alto da economia da Rússia mas ainda tem espaço para impor outras sanções e cobrar um preço ainda mais alto até que Putin pare. Neste momento, o principal foi a introdução do corte do Swift e também um elemento importante é o fechamento dos espaços aéreos de todos os países e vizinhos europeus da Rússia", comentou.

Questionado se a Rússia levantou o tom após o banimento da Swift, respondeu que "a Ucrânia não tem medo de que a Rússia levante a voz".

"Nós estamos em guerra. As batalhas estão já nas proximidades da capital que está sofrendo ataques aéreos por mísseis. Os civis estão passando noites em abrigos antiaéreos. Eu não acho que a Ucrânia tem medo de que a Rússia levante a voz". "Se deixar Putin fazer o que quer, deixar ele ganhar os territórios ele nunca vai parar. Já vimos isso com a região da Crimeia e agora toda a Ucrânia".

Sobre os soldados russos, avaliou que estão com perdas significativas. "Eles estão nas mesma posições onde estavam, estão levando perdas pesadas e, por isso, estão preocupados com a entrada de outros países nessa agressão de apoio às tropas russas", continuou, emendando que mais de 210 ucranianos perderam a vida nos conflitos e mais de 1100 ficaram feridos até o momento.

Otan

 A respeito da possibilidade de a Ucrânia não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que isso não é negociado no momento. "A adesão à OTAN está prevista na Constituição da Ucrânia. A possibilidade de a Ucrânia não aderir à OTAN não é negociada neste momento. No momento, exigimos retirada de todas tropas russas de todos territórios ucranianos, incluindo as regiões ocupadas".

"Não é negociável nesse momento. Nós temos na Constituição escrito que nós queremos aderir à Otan que é um bloco defensivo desenhado especialmente para defender os países das agressões", concluiu.

Ontem, ele  pediu ajuda humanitária e o envio de armas, equipamentos de proteção e combustíveis ao país. Tkach também reforçou o apelo para sanções mais duras contra a Rússia, como a retirada do sistema de troca de informação financeira, Swift.

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