A União Europeia acordou hoje com a descoberta do óbvio: a enorme dependência que tem do gás russo. E por isso já marcou, para a próxima segunda-feira, às 15 horas de Bruxelas (18hs de Brasília), uma reunião extraordinária de ministros e conselheiros de energia dos 27 países membros.
Na pauta dois itens importantes produzidos pela guerra da Ucrânia: como diminuir a dependência do gás russo; e como fazer para suspender a Rússia do sistema de pagamentos e transações financeiras internacional conhecido pela sigla SWIFT.
Uma conferência de imprensa foi prometida para o final da reunião, mas nenhum especialista arrisca palpites, pois há todo um fim de semana de guerra para alterar o quadro de hoje, além de serem muito diferentes os níveis de dependência dos membros da UE em relação aos russos, o que dificultará qualquer decisão unânime. A Alemanha, por exemplo, é um dos líderes da UE e, ao mesmo tempo, é o maior cliente do gás da Rússia.
Na outra ponta, existe ainda o temor de um corte no abastecimento aos europeus, o que não ocorreu, mas pode acontecer e gerar muitos problemas a uma Europa que ainda está em pleno inverno. O português Antonio Costa Silva, um dos maiores operadores do tema energético na Europa, está convicto disso e lembra que tal medida foi adotada por Vladimir Putin três vezes, nos anos de 2006, 2007 e 2009( nesse ano no pico do inverno), sempre com péssimos resultados para as populações do velho continente. O primeiro deles, e mais doloroso foi o aumento de preços, algo que já se espera para os próximos dias, com novas medidas ou não.
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