Diante da falta de decisões da Federação Internacional de Futebol (Fifa) após o ataque russo à Ucrânia, a Federação Polonesas deu um passo à frente neste sábado (26), ao anunciar que não pretende enfrentar a seleção russa no final de março nas semifinais da repescagem para o Mundial do Catar-2022.
"Chega de falar, é hora de agir. Devido à escalada de agressão de (...) Rússia na Ucrânia, a seleção polonesa não pretende jogar a partida de classificação contra a equipe russa", disse o presidente da Federação Polonesa, Cezary Kulesza, neste sábado (26), no Twitter.
"Esta é a única decisão correta", acrescentou.
A Polônia deveria jogar contra a Rússia, em 24 de março, em Moscou, na final de sua repescagem, uma partida organizada pela Fifa. Se os russos vencessem os poloneses, receberiam, em 29 de março, Suécia ou República Checa, que se enfrentam no dia 24, na outra semifinal.
A Federação Polonesa de Futebol disse que está trabalhando com suas homólogas da Suécia e da República Checa para apresentar uma posição comum à Fifa.
O capitão da seleção polonesa, Robert Lewandowski, celebrou imediatamente a posição assumida por sua Federação.
"É a decisão certa. Não consigo imaginar jogar uma partida contra a seleção nacional russa em uma situação em que a agressão armada continue na Ucrânia", tuitou o jogador do Bayern de Munique.
"Os jogadores e torcedores russos não são responsáveis, mas não podemos fingir que não está acontecendo nada", completou.
Procurada pela AFP neste sábado, a Fifa ainda não reagiu ao anúncio da Federação Polonesa.
Na quinta-feira, as federações de Polônia, Suécia e República Checa solicitaram, em conjunto, a mudança da sede das partidas de repescagem da Copa do Mundo programadas para acontecerem em março na Rússia.
Até o momento, a Fifa não tomou medidas contra a Rússia e, na quinta-feira, limitou-se a manifestar sua "preocupação" com uma situação "trágica e perturbadora", segundo seu presidente, Gianni Infantino.
"A primeira partida é em um mês. Esperamos, é claro, que esta questão tenha sido resolvida muito antes disso. Queremos acreditar nisso firmemente, mas podemos tomar uma decisão a qualquer momento", declarou Infantino, em uma entrevista coletiva na quinta.
Onda de sanções
Na sexta-feira, o mundo do esporte impôs várias sanções contra a Rússia, após a invasão da Ucrânia, a começar pela União das Federações Europeias de Futebol (Uefa).
A instituição retirou a sede da final da Liga dos Campeões de futebol de São Petersburgo, transferindo-a para o Stade de France, em Paris. A data de 28 de maio está mantida.
A Uefa anunciou ainda que nenhuma partida de suas competições poderá ser disputada em solo russo.
Previsto para acontecer em Sochi, em setembro, o Grande Prêmio de F1 foi cancelado, assim como todas as competições de esqui que seriam realizadas na Rússia nesta temporada.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu a todas as federações esportivas internacionais que cancelem, ou transfiram para outros lugares os eventos planejados para acontecerem na Rússia e em Belarus.
Vários contratos de patrocínio com grupos russos foram rompidos por clubes e instâncias esportivas. E grandes nomes do esporte levantaram suas vozes contra o ataque russo à Ucrânia.
"Tudo o que é bonito no esporte é o oposto do que a guerra traz", escreveu Lewandowski no Twitter.
A estrela russa do hóquei sobre o gelo Alex Ovechkin lançou uma mensagem pela paz: "Por favor, chega de guerra (...) Devemos viver em paz", implorou, ao final de uma sessão de treinos na Filadélfia.
O ciclista russo Pavel Sivakov, da equipe Ineos, também se posicionou "totalmente contra a guerra".
"A maioria dos russos quer apenas paz e nunca pediu que isso acontecesse", escreveu ele nas redes sociais.
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