A invasão russa da Ucrânia levou à publicação de vídeos e fotografias falsos ou enganosos nas redes sociais os quais os autores alegavam ser registros do conflito.
Algumas das imagens checadas pela BBC incluem registros de conflitos anteriores na Ucrânia ou em outras partes do mundo e de tropas em exercícios militares.
Redes de mídia social como o Twitter parecem estar assumindo um papel proativo no enfrentamento de conteúdo enganoso, removendo vários vídeos denunciados por serviços de checagem e pesquisadores.
A seguir, veja explicação sobre vídeos e fotografias falsos ou enganosos:
Jatos fantasmas
Nas primeiras horas do conflito, vários vídeos que supostamente mostravam a Força Aérea russa operando sobre a Ucrânia viralizaram nas mídias sociais.
Um clipe, que foi posteriormente tirado do ar, mostra um avião de combate voando sobre uma área urbana, acompanhado por uma legenda que dá a entender que foi filmado no atual conflito na Ucrânia.
Uma análise mais detalhada, no entanto, revela que a aeronave é um F-16 Fighting Falcon de fabricação americana, que nunca esteve em serviço na Rússia ou na Ucrânia.
Um segundo clipe mostra formações de caças e bombardeiros voando sobre uma área urbana ao som de sirenes de ataque aéreo.
Checagens feitas pela BBC apontaram que as imagens mostravam os preparativos para um desfile militar em 2020. O som de uma sirene de ataque aéreo havia sido acrescentada sobre o áudio original.
Outro videoclipe afirma mostrar paraquedistas russos pousando perto da cidade ucraniana de Kharkiv.
Foi visto centenas de milhares de vezes no Twitter, mas, na verdade, apareceu pela primeira vez na internet em russo em 2016.
Um quarto clipe amplamente compartilhado no Twitter e no YouTube supostamente mostraria um jato russo sendo abatido sobre a Ucrânia.
No entanto, os jornalistas da BBC já viram essa filmagem antes. É uma aeronave do governo líbio sendo derrubada por rebeldes sobre Benghazi em 2011. Vozes no vídeo podem ser ouvidas celebrando em árabe.
Explosões
Algumas imagens não mostram operações de combate. Cenas de uma explosão atrás de edifícios residenciais seriam da cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia.
Entre os que compartilham o clipe está a conta no Twitter do ex-embaixador ucraniano nos Estados Unidos, Volodymyr Yelchenko.
No entanto, uma versão deste vídeo havia sido publicada no TikTok em 29 de janeiro, em uma conta que divulga regularmente imagens e filmes de explosões.
Além disso, como sugere a legenda do vídeo em russo, ele mostra o resultado de um raio em uma usina, em vez de uma ação militar.
Os usuários também questionaram o fato de haver folhagens nas árvores, porque dados disponíveis mostram temperaturas médias de fevereiro em Mariupol em torno de 0ºC.
Alguns usuários de redes sociais compartilharam uma imagem que mostraria tropas russas hasteando uma bandeira no prédio municipal na cidade ucraniana de Kharkiv na quinta-feira (24/2).
Embora a legenda esteja correta - ela mostra os russos hasteando a bandeira naquele prédio em Kharkiv - as ferramentas de busca de imagens mostram que o evento ocorreu em 2014.
Finalmente, um vídeo compartilhado por uma conta do Twitter em chinês, com a legenda "Putin, o Grande, atacou a Ucrânia" é facilmente reconhecido como a explosão de um prédio portuário em Beirute em agosto de 2020, que causou mais de 200 mortes.
É fato ou ficção?
Eventos com desdobramentos acelerados significam que imagens enganosas inevitavelmente aparecerão nas mídias sociais e serão amplamente compartilhadas por aqueles que acreditam que elas são genuínas.
Os usuários de redes sociais podem limitar a disseminação de desinformação ao refletir se o que estão vendo parece genuíno e é de uma fonte em que confiam.
A maioria dos veículos de imprensa não mede esforços para verificar as imagens antes de usá-las em suas reportagens.
Portanto, verificar um dado ou imagem em várias fontes confiáveis ??antes de compartilhar ajuda a evitar que a desinformação seja amplamente compartilhada.
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