Rússia X Ucrânia

Exército russo se aproxima de Kiev para ‘decapitar’ o governo, diz EUA

Segundo o Pentágono, as forças russas avançaram rapidamente ao sul a partir de Belarus e "se aproximaram de Kiev" ao longo do dia

Agence France-Presse
postado em 24/02/2022 22:08 / atualizado em 24/02/2022 22:08
2022-02-24-Crédito:AP Photo/Sergei Grits/AE Damaged radar arrays and other equipment is seen at Ukrainian military facility outside Mariupol, Ukraine, Thursday, Feb. 24, 2022. Russia has launched a barrage of air and missile strikes on Ukraine early Thursday and Ukrainian officials said that Russian troops have rolled into the country from the north, east and south. -  (crédito: Crédito:AP Photo/Sergei Grits/AE)
2022-02-24-Crédito:AP Photo/Sergei Grits/AE Damaged radar arrays and other equipment is seen at Ukrainian military facility outside Mariupol, Ukraine, Thursday, Feb. 24, 2022. Russia has launched a barrage of air and missile strikes on Ukraine early Thursday and Ukrainian officials said that Russian troops have rolled into the country from the north, east and south. - (crédito: Crédito:AP Photo/Sergei Grits/AE)

Com "superioridade aérea absoluta", o exército russo se aproximava de Kiev, a capital ucraniana, nesta quinta-feira (24/2) com a intenção de "decapitar o governo" e substituí-lo por um pró-Rússia, segundo fontes militares ocidentais.

Depois de disparar mais de 160 mísseis contra alvos militares ucranianos, as forças russas avançaram rapidamente ao sul a partir de Belarus e "se aproximaram de Kiev" ao longo do dia, indicou um alto funcionário do Pentágono.

"Basicamente, têm a intenção de decapitar o governo e instalar sua própria forma de governo, o que explicaria este avanço inicial para Kiev", avaliou.

De acordo com o funcionário de inteligência ocidental, "as defesas aéreas da Ucrânia foram eliminadas e eles não têm mais força aérea para se proteger".

"Nas próximas horas, os russos tentarão concentrar uma força avassaladora em torno da capital e a defesa agora recai sobre as forças terrestres e a resistência popular", explicou.

"Pouco tempo"

As tropas russas estarão ao redor de Kiev "em questão de dias, ou amanhã de manhã, no ritmo em que estão avançando", enfatizou. "Não resta muito tempo. Acho que muito vai depender da resistência dos ucranianos."

Até o momento, a Rússia avançou no território ucraniano em três eixos: ao sul, a partir da Crimeia, até a cidade de Kherson, através do rio Dnieper, ao norte a partir de Belarus até Kiev, ao longo de duas estradas a nordeste e noroeste da capital ucraniana, e ao leste da cidade russa de Belgorod até a grande cidade industrial de Kharkov, segundo estimativas do Pentágono.

O funcionário dos EUA relatou inicialmente 75 missões de bombardeiros e 100 lançamentos de mísseis de vários tipos, incluindo mísseis mar-terra disparados do Mar Negro, mas depois disse que o número de mísseis disparados desde o início da ofensiva russa havia subido para “mais de 160”.

"A maioria deles são mísseis balísticos de curto alcance, mas há também mísseis de médio alcance e mísseis de cruzeiro", especificou.

"Também lançaram mais paraquedistas sobre Kharkov e estimamos que ainda haja combates intensos" nesta área no leste da Ucrânia.

Os ataques se concentraram em alvos militares, inclusive bases aéreas e o comando do exército ucraniano, mas segundo o Pentágono, o objetivo é tomar o controle de cidades-chave, sobretudo da capital, Kiev.

As forças russas atacaram o aeroporto militar de Antonov em Gostomel, nos arredores da capital ucraniana, onde os combates pareciam continuar nas últimas horas do dia.

Reforços americanos

Este aeroporto pode se tornar um ponto de encontro para o exército russo se quiser cercar a capital.

"Se Moscou conseguir controlar e manter a superioridade aérea (o que é muito possível), podem usar o aeroporto como ponto de entrada para atacar Kiev", tuitou Michael Horowitz, especialista em segurança do Consultant Le Beck International.

O alto funcionário do Pentágono enfatizou que esta ofensiva não tem precedentes em mais de 70 anos.

"Não vimos um movimento convencional como este, de um Estado-nação para outro, desde a Segunda Guerra Mundial, certamente nada deste tamanho, alcance e escala", disse ele.

No entanto, até agora, os russos não entraram no oeste da Ucrânia e não há indícios de um ataque anfíbio no sul vindo do Mar Negro, explicou a fonte.

Não há estimativas de danos ou baixas no exército ucraniano. "Há indícios de que estão resistindo e contra-atacando", afirmou o funcionário.

As comunicações do país parecem funcionar, destacou. Ele acredita que em uma segunda fase ocorrerá um ciberataque para paralisá-las.

O Pentágono não confirmou a destruição de aviões militares russos ou a tomada da usina nuclear de Chernobyl pelos militares russos.

Mas o Pentágono enviará 7.000 soldados adicionais à Alemanha para "tranquilizar os aliados da Otan, impedir um ataque russo e estar preparado para atender às necessidades da região".

Esses militares dos EUA se juntam aos 5.000 já enviados pelo presidente Joe Biden à Alemanha e ao flanco leste da Otan.

Contando com os reforços anunciados nesta quinta-feira, os Estados Unidos terão mais de 90.000 soldados na Europa.

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  •  Ukrainian and Polish demonstrators take part in a protest against Russia's invasion of Ukraine, in front of the Russian embassy in Warsaw, Poland, on February 24, 2022.   (Photo by Wojtek RADWANSKI / AFP)

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    Ukrainian and Polish demonstrators take part in a protest against Russias invasion of Ukraine, in front of the Russian embassy in Warsaw, Poland, on February 24, 2022. (Photo by Wojtek RADWANSKI / AFP) Caption AFP
  •  People react beside the body of a relative outside a destroyed building after bombings on the eastern Ukraine town of Chuguiv on February 24, 2022, as Russian armed forces are trying to invade Ukraine from several directions, using rocket systems and helicopters to attack Ukrainian position in the south, the border guard service said. Russias
    People react beside the body of a relative outside a destroyed building after bombings on the eastern Ukraine town of Chuguiv on February 24, 2022, as Russian armed forces are trying to invade Ukraine from several directions, using rocket systems and helicopters to attack Ukrainian position in the south, the border guard service said. Russias ARIS MESSINIS
  •  A protester holds a placard during a rally against Russia's military operation in Ukraine, in front of the russian mission in Brussels on February 24, 2022. Russian President Vladimir Putin launched a full-scale invasion of Ukraine on February 24, killing dozens and forcing hundreds to flee for their lives in the pro-Western neighbour. Russian air strikes hit military facilities across the country and ground forces moved in from the north, south and east, triggering condemnation from Western leaders and warnings of massive sanctions. (Photo by Kenzo TRIBOUILLARD / AFP)
    A protester holds a placard during a rally against Russias military operation in Ukraine, in front of the russian mission in Brussels on February 24, 2022. Russian President Vladimir Putin launched a full-scale invasion of Ukraine on February 24, killing dozens and forcing hundreds to flee for their lives in the pro-Western neighbour. Russian air strikes hit military facilities across the country and ground forces moved in from the north, south and east, triggering condemnation from Western leaders and warnings of massive sanctions. (Photo by Kenzo TRIBOUILLARD / AFP) AFP
  •  TOPSHOT - People stand outside a destroyed building after bombings on the eastern Ukraine town of Chuguiv on February 24, 2022, as Russian armed forces are trying to invade Ukraine from several directions, using rocket systems and helicopters to attack Ukrainian position in the south, the border guard service said. Russias
    TOPSHOT - People stand outside a destroyed building after bombings on the eastern Ukraine town of Chuguiv on February 24, 2022, as Russian armed forces are trying to invade Ukraine from several directions, using rocket systems and helicopters to attack Ukrainian position in the south, the border guard service said. Russias ARIS MESSINIS
  •  Russian military vehicles move on a road in the southern Russian Rostov region on February 24, 2022. Russian President Vladimir Putin launched a full-scale invasion of Ukraine on Thursday, killing dozens and triggering warnings from Western leaders of unprecedented sanctions. Russian air strikes hit military installations across the country and ground forces moved in from the north, south and east, forcing many Ukrainians flee their homes to the sounds of bombing. (Photo by STRINGER / AFP)
    Russian military vehicles move on a road in the southern Russian Rostov region on February 24, 2022. Russian President Vladimir Putin launched a full-scale invasion of Ukraine on Thursday, killing dozens and triggering warnings from Western leaders of unprecedented sanctions. Russian air strikes hit military installations across the country and ground forces moved in from the north, south and east, forcing many Ukrainians flee their homes to the sounds of bombing. (Photo by STRINGER / AFP) STRINGER

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