Depois de semanas de tensão, a Rússia colocou em prática as promessas que vinha fazendo de invadir a Ucrânia. Na madrugada desta quinta-feira (24/2), por volta de 00h30, Vladimir Putin anunciou uma ação militar no leste ucraniano, mas bombardeios foram registrados em diversos pontos da Ucrânia. Kiev, capital ucraniana, amanheceu ao som das sirenes de guerra e a população gerou congestionamentos ao tentar fugir do país.
Logo após a invasão russa, outros países ao redor do globo se manifestaram sobre a decisão de Putin. O primeiro a se posicionar foi o presidente norte-americano Joe Biden, que condenou os ataques e disse que Putin escolheu uma guerra premeditada que vai causar uma “perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”. “ A Rússia sozinha é responsável pelas mortes e pela destruição que este ataque vai causar, e os Estados Unidos e seus aliados vão responder de uma forma unida e decisiva. O mundo vai responsabilizar a Rússia”, garantiu Biden.
O vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão (PRTB) também se pronunciou sobre o início da guerra. Na entrada do Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (24), ele disse que o Brasil “não está neutro”. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou. Entretanto, durante a tradicional live de quinta-feira no facebook do presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do Executivo desautorizou a fala de Mourão e não se posicionou sobre os ataques russos.
Bolsonaro esteve na Rússia há uma semana em meio às tensões entre o país e a Ucrânia. Na ocasião, o presidente disse se solidarizar com a Rússia. Apesar disso, até o momento, Jair se manteve imparcial sobre o início da guerra, o que gerou especulações na internet. Para alguns, a falta de posicionamento significa que Bolsonaro apoia a invasão; para outros, o Brasil está “em cima do muro”. Mais cedo, alguns internautas chegaram a pedir que o presidente não se pronuncie sobre a questão, pois têm receio que ele dê passos falhos na diplomacia.
Contra a invasão
A maioria dos países no mundo demonstraram ser contra a invasão da Rússia na Ucrânia. Além dos Estados Unidos que, desde o início da crise tem tido posicionamento contundente contra as ações de Putin, governantes do México, Colômbia, Chile, Alemanha, França, Japão, entre outros, repudiaram a guerra.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse, por meio do Twitter, estar chocado com o ataque não provocado da Rússia. Ele afirmou que Putin escolheu o caminho “do derramamento de sangue e destruição” e garantiu que o Reino Unido vai responder de “forma decisiva”.
I am appalled by the horrific events in Ukraine and I have spoken to President Zelenskyy to discuss next steps.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) February 24, 2022
President Putin has chosen a path of bloodshed and destruction by launching this unprovoked attack on Ukraine.
The UK and our allies will respond decisively.
Além disso, a Argentina, Peru, Uruguai, Bélgica, Israel, República Tcheca, Turquia, Canadá, Itália, Austrália, Finlândia, Suécia, Noruega, Polônia e a União Europeia em peso, também disseram ser contra o uso da força e demonstraram apoio à Ucrânia.
Apoio
Mesmo com a maioria do mundo repudiando, alguns países decidiram demonstrar apoio a Putin e à Rússia. A Armênia, Cuba, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão disseram estar do lado russo nesse conflito.
“A Venezuela está com Putin, está com a Rússia, está com as causas corajosas e justas do mundo, e vamos nos aliar cada vez mais”, disse Nicolás Maduro. Entretanto, por volta de 20h desta quinta (24), Maduro publicou um comunicado no Twitter pedindo pela "busca de soluções pacíficas para resolver as diferenças entre as partes".
Venezuela rechaza el agravamiento de la crisis en Ucrania producto del quebrantamiento de los acuerdos de Minsk por parte de la OTAN. Llamamos a la búsqueda de soluciones pacíficas para dirimir las diferencias entre las partes. El diálogo y la no injerencia, son garantías de Paz. pic.twitter.com/Y7N1lwZfpi
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) February 24, 2022
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também expressou apoio "ao povo da Rússia, ao presidente Putin”. “Nossa solidariedade e nosso incentivo nessa luta que o povo russo está travando pela paz", declarou.
Tajiquistão e Síria também prestaram solidariedade a Putin.
Ainda sem posição
Ainda existem países que, até o momento, não expressaram apoio ou repúdio direto. Nessa lista, entra o Brasil que, apesar da fala de Mourão, o presidente Bolsonaro ainda não disse ser contra ou a favor, mas demonstrou apoio aos brasileiros que estão na Ucrânia e assegurou estar "empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia".
- Caso necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações do serviço consular da Embaixada e, no caso dos residentes no leste, deslocar-se para Kiev assim que as condições de segurança o permitam.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 24, 2022
Apesar de sempre ter se mostrado aliada da Russia, a China é outro país que não disse diretamente que apoia a decisão de Putin. A porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, fez uma declaração nesta quinta (24) e pediu moderação. “Pedimos a todas as partes que exerçam moderação para evitar que a situação saia do controle”, falou. A China afirmou ainda que acompanha de perto a situação na Ucrânia após a intervenção militar russa, mas não condenou Moscou.
O Equador também não demonstrou forte opinião. "O Equador acredita no multilateralismo e está disposto a respeitar e apoiar as decisões que tomar o Conselho de Segurança da ONU", garantiu o presidente equatoriano Guillermo Lasso.
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