O presidente da Duma russa (Câmara Baixa do Parlamento), Viacheslav Volodin, afirmou nesta quinta-feira (24/2) que a população da Ucrânia "não deve temer" as operações militares russas no seu território e minimizou o impacto das sanções anunciadas pelo Ocidente.
"A população da Ucrânia não precisa temer a operação de paz, porque visa apenas a desmilitarização", assegurou Volodin durante uma sessão especial perante o parlamento em Manágua, na Nicarágua, onde chegou hoje para uma visita oficial.
A Rússia invadiu a Ucrânia na manhã desta quinta-feira, em uma ofensiva geral com bombardeios aéreos e incursões terrestres que em poucas horas se aproximaram de Kiev e tomaram a usina nuclear de Chernobyl, deixando dezenas de mortos.
Volodin argumentou que "a Ucrânia deve se tornar um estado independente, democrático e pacífico e que deve se libertar da ideologia ultranacionalista".
"A decisão de nosso presidente Vladimir Putin de realizar" ações na Ucrânia "tem a intenção de evitar uma catástrofe humanitária e uma guerra em grande escala", segundo Volodin.
A ofensiva russa na Ucrânia gerou uma enxurrada de condenações: a União Europeia (UE) se prepara para anunciar novas sanções contra a Rússia e a Otan planeja uma reunião por videoconferência na sexta-feira.
"Washington quer parar o desenvolvimento de nossos estados e eles acreditam que as sanções nos tornarão mais fracos, mas eles não vão se safar disso", alertou Volodin.
"Seremos capazes de neutralizar qualquer pressão externa", disse o representante russo, que deve se reunir com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.
Volodin chegou à Nicarágua uma semana depois que o vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov, se encontrou com seu antigo aliado Ortega para discutir a cooperação econômica e militar.
"A Nicarágua é um dos parceiros sólidos da Rússia e nossos países fortalecem seus contatos com base no respeito mútuo", disse Volodin, que destacou o interesse de Putin e Ortega em "ampliar a cooperação bilateral" em todas as esferas e garantir esses laços também "por via legislativa".
Na última segunda-feira, em um ato público, o presidente nicaraguense saudou a decisão de Putin de reconhecer a independência de duas regiões do leste da Ucrânia e acusou os Estados Unidos e a Europa de quererem liquidar Moscou.
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