Os Estados Unidos e países aliados já têm feito grandes movimentações em resposta ao ataque russo à várias cidades da Ucrânia, na madrugada de quinta-feira (24/2). Em pronunciamento oficial, Joe Biden anunciou que sanções mais severas serão instauradas e os aliados também já se mostraram a favor das restrições econômicas.
Segundo Biden, além das sanções que já haviam sido impostas na última terça-feira (22/2), agora serão sancionados outros quatro bancos russos e mais da metade das importações tecnológicas do país serão suprimidas. "Isto imporá um custo elevado à economia russa, tanto de imediato quanto a longo prazo", advertiu ele.
Biden afirmou, ainda, que tirar a Rússia da rede interbancária Swift continua sendo "uma opção", mas que "atualmente não é (uma) posição" compartilhada pelos europeus e assegurou que as outras sanções financeiras anunciadas teriam "tanto ou mais impacto" do que esta medida solicitada pela Ucrânia.
Biden disse ainda que estas medidas foram metodicamente estudadas para maximizar o impacto a longo prazo na Rússia e minimizar o impacto nos Estados Unidos e nos nossos aliados.
Além disso, os EUA impuseram também sanções na 24 pessoas e organizações bielorrussas "porque a Belarus apoiou e facilitou a invasão" da Ucrânia pela Rússia. "A ação de hoje se concentra no setor da defesa e nas instituições financeiras de Belarus, duas áreas nas quais (...) tem vínculos especialmente estreitos com a Rússia", informou o Tesouro em um comunicado.
Resposta canadense
Nesta quinta-feira (24/2), o primeiro-ministro do Canadá também ampliou as sanções contra o governo russo. Justin Trudeau, anunciou sanções contra 58 indivíduos e entidades da Rússia em resposta à invasão da Ucrânia por Moscou, que foi descrita por ele como "uma enorme ameaça para a segurança e a paz em todo o mundo".
"Hoje, à luz do ataque militar imprudente e perigoso da Rússia, estamos impondo mais sanções severas", disse Trudeau durante uma coletiva de imprensa.
Essas sanções visam membros da elite russa e suas famílias, o grupo Wagner - uma empresa militar privada - e os bancos russos, disse, acrescentando que o Canadá também estava cancelando as permissões de exportação para a Rússia. Além disso, as permissões representam cerca de 700 milhões de dólares canadenses (550 milhões de dólares americanos) em bens, principalmente nos setores aeroespacial, da tecnologia da informação e mineração, segundo autoridades.
Ottawa também anunciou que transferiu seu pessoal diplomático na Ucrânia para a Polônia por razões de segurança. "O desprezo descarado do presidente Putin pelo direito internacional, a democracia e a vida humana é uma enorme ameaça para a segurança e a paz em todo o mundo", afirmou Trudeau.
O primeiro-ministro prometeu "castigar a Rússia" e "responder com força" à violação das regras que regem a ordem mundial, assim como as da carta da ONU.
Em um telefonema com o presidente da Ucrânia, Volodomir Zelensky, momentos antes de fazer o discurso televisionado em todo o país, Trudeau disse ter lhe prometido o apoio firme do Canadá à soberania e ao direito à autodeterminação da Ucrânia.
Nos últimos anos, Ottawa tem enviado treinadores militares à Ucrânia, que deram instrução a cerca de 35.000 soldados ucranianos, segundo a ministra da Defesa, Anita Anand. O Canadá abriga uma grande diáspora ucraniana, que supera o 1,3 milhão de pessoas.
Resposta da União Europeia
Os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) também pactuaram nesta quinta (24) sanções com consequências "maciças e severas" contra a Rússia, em resposta à sua ofensiva militar na Ucrânia.
"As sanções vão cobrir os setores financeiro, de energia e transportes da Rússia", destaca a Declaração, emitida após uma cúpula realizada em Bruxelas. As medidas, cujos detalhes ainda não foram divulgados, abrangerão, ainda, o controle das exportações, a emissão de vistos e a inclusão de funcionários russos na lista de sancionados.
*Com informações da Agence France-Presse
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