200 km/h

Sobe a 14 número de mortos por tempestade Eunice na Europa

O serviço meteorológico britânico emitiu um nível de alerta vermelho – o mais alto – sobre o sul de Gales e o sul da Inglaterra, incluindo Londres

Agência France Presse
postado em 19/02/2022 15:43
 (crédito: Tolga Akmen / AFP)
(crédito: Tolga Akmen / AFP)

Londres, Reino Unido  - A tempestade Eunice continua a varrer o noroeste da Europa na manhã deste sábado (19), com fortes rajadas de vento na costa alemã, e um balanço de pelo menos 14 mortes e extensos danos materiais, bem como cortes de energia.

Formada na Irlanda, a tempestade atravessou na sexta-feira parte do Reino Unido e depois o norte da França, antes de continuar sua rota para a Dinamarca e a Alemanha, que decretou alerta vermelho para grande parte do norte.

"Existe o risco de rajadas violentas (nível 3 em 4). Rajada máxima: 100-115 km/h", alertaram os serviços meteorológicos alemães, advertindo para o risco de queda de árvores e destruição de telhados.

"Fiquem longe de edifícios, árvores, andaimes e linhas de alta tensão. Se possível, evitem ficar ao ar livre", pediram.

A tempestade deixou um espetáculo de desolação em sua passagem e causou perturbação significativa.

Centenas de voos, trens e balsas foram cancelados em todo o noroeste da Europa por causa de Eunice, que chegou menos de 48 horas após a tempestade Dudley (pelo menos seis mortos na Polônia e na Alemanha).

Até o momento, foram registadas 14 mortes por causa de Eunice: duas na Polônia e na Alemanha, quatro na Holanda, três na Inglaterra, duas na Bélgica e uma na Irlanda. Muitas dessas mortes são devido à queda de árvores sobre veículos.

Na Holanda, na capital Haia, dezenas de casas foram evacuadas por medo do desabamento do campanário de uma igreja. A rede ferroviária holandesa foi fechada e as conexões Amsterdã-Bruxelas foram interrompidas, com uma retomada prevista para a tarde, de acordo com um porta-voz.

Segundo o serviço de meteorologista britânico Met Office, as operações de limpeza deverão ser interrompidas por um novo vendaval, ainda menos forte, esperado em certas partes do Reino Unido.

Pelo menos 400 mil casas permanecem sem eletricidade no país. São 194 mil na mesma situação na Polônia, segundo as autoridades locais.

Quase 200 km/h

Na Inglaterra, uma rajada de 196 km/h foi registrada na Ilha de Wight, enquanto outras de mais de 110 km/h foram medidas no interior, inclusive no aeroporto londrino de Heathrow.

O serviço meteorológico britânico emitiu um nível de alerta vermelho – o mais alto – sobre o sul de Gales e o sul da Inglaterra, incluindo Londres.

Esta é a primeira vez que a capital britânica atinge este nível de alerta desde a implementação deste sistema em 2011.

No norte da França, trinta pessoas ficaram feridas em acidentes rodoviários ligados aos ventos, quedas ou quedas de materiais.

Cerca de 75 mil casas estavam sem eletricidade esta manhã e algumas ligações ferroviárias regionais foram interrompidas.

Fortes rajadas de vento, juntamente com marés altas, aumentam o medo de inundações, especialmente porque as fortes chuvas são esperadas para sábado.

O tráfego de balsas foi interrompido, centenas de voos cancelados na sexta-feira, o transporte rodoviário e ferroviário afetado.

Toda a rede ferroviária holandesa foi afetada e apenas o Thalys Paris-Bruxelas estava operando esta manhã, com recuperação total esperada por volta das 11h.

Na Bélgica, de acordo com a Infrabel, após um grande trabalho de reparação durante a noite, a maioria das linhas estava em operação no sábado.

Na França, foram registadas ondas superiores a nove metros na Bretanha (oeste), bem como rajadas de vento que atingiram 176 km/h no Cabo Gris-Nez (norte).

Embora as mudanças climáticas reforcem e multipliquem eventos extremos, não é tão claro para ventos e tempestades (excluindo ciclones), cujo número varia muito de um ano para outro.

O último relatório dos especialistas em clima da ONU (IPCC) divulgado em agosto estimou, com um grau de certeza muito baixo, que pode ter havido um aumento no número de tempestades no Hemisfério Norte desde a década de 1980.

 

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