A polícia do Canadá ameaçou, ontem, prender os manifestantes liderados por caminhoneiros que bloquearam o centro de Ottawa e interromperam o comércio fronteiriço em protesto contra as medidas anticovid. A mobilização entra, hoje, no 14º dia. "Os bloqueios, manifestações ilegais, são inaceitáveis e estão impactando negativamente os negócios e fábricas", declarou o primeiro-ministro, Justin Trudeau, à Câmara dos Comuns. "Temos que fazer de tudo para que isso acabe", completou.
"Estamos avisando que quem bloquear ruas ou ajudar outras pessoas a bloqueá-las pode estar cometendo um crime", ameaçou a polícia em comunicado. "É preciso encerrar imediatamente qualquer atividade ilegal ou responder à Justiça", acrescentou a nota.
O chamado Comboio da Liberdade começou em 29 de janeiro, no oeste do país, conduzido por caminhoneiros que rejeitam a vacinação ou testes obrigatórios para cruzar a fronteira com os Estados Unidos. O movimento levou a um protesto mais amplo contra todas as medidas sanitárias aplicadas contra a covid-19.
"Estamos todos cansados dessa pandemia, mas esses bloqueios ilegais devem parar", reagiu o ministro canadense da Indústria, François-Philippe Champagne. Diariamente, mercadorias no valor de US$ 323 milhões são transportadas pela Ponte Ambassador que liga o Canadá e os EUA. "É a passagem terrestre mais importante da América do Norte e é fundamental para nossas cadeias de suprimentos. Milhares de trabalhadores e empresas dependem dela para sua subsistência", acrescentou.
As manifestações canadenses contagiaram os opositores das restrições anticovid em vários países, chegando à Nova Zelândia, onde um comboio de caminhões e caravanas bloqueou o bairro do Parlamento na capital, Wellington, na terça-feira, para protestar contra as atuais medidas de saúde, que estão entre as mais severas do mundo.
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