Em Seattle, nos Estados Unidos, centenas de estudantes do ensino médio paralisaram as aulas em protesto à demissão de dois professores. Ambos anunciaram à direção que se casariam com pessoas do mesmo sexo e, em seguida, perderam o emprego na Kennedy Catholic High School.
Os alunos afirmam que sabiam da orientação sexual do professor de inglês Paul Danforth, que é gay, e da treinadora de futebol Michelle Beattie, que é lésbica. “São pessoas incríveis e muito competentes em sala de aula”, dizia o cartaz escrito por um dos estudantes.
Inicialmente, a escola afirmou que a demissão foi voluntária. A declaração foi desmentida por ambos, que relataram terem sido coagidos a deixar o emprego.
“Não foi uma coincidência. Tanto que Paul foi pressionado a se demitir logo após voltarmos de nossa viagem à Disneylândia, onde ficamos noivos”, disse Sean Nyberg, noivo do professor, em entrevista ao portal Bored Panda.
Para a escola, “se o estilo de vida do professor for incompatível com os valores morais católicos ou se sua conduta estiver em desacordo com o ensino católico, eles poderão ser demitidos”. O posicionamento, de evidente cunho conservador, foi divulgado após a repercussão do caso.
Protesto
“Seria aplicado se um professor se divorciasse e se casasse novamente? Ou teve filhos fora do casamento?”, questionou Erika Dubois, mãe de um dos alunos, que se juntou ao filho no protesto. Dubois não foi a única. Dezenas de pais foram à escola em apoio a paralisação e contrários às demissões.
“Eu sou gay, o que vem em seguida? Eu vou ser expulso”, escreveu outro estudante em seu cartaz. A demissão preocupa familiares: “Triste com a mensagem que isso envia aos estudantes LGBTQ. Nós amamos e aceitamos você, mas não podemos empregá-lo”, completou Dubois.
Paul e Michelle receberam diversas propostas de trabalho em outras escolas, mas aguardam uma resposta da escola católica quanto à demanda dos alunos.
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