Marrocos estava comovido neste domingo (6), o dia seguinte à descoberta do corpo sem vida do pequeno Rayan, que caiu acidentalmente em um poço no início desta semana e os socorristas não consguiram salvar, apesar de cinco dias de esforços ininterruptos, que foram observados pelo mundo todo.
O caso do "pequeno Rayan" chamou a atenção mundial quando, na terça-feira passada, ele caiu em um poço de 32 metros de profundidade, o que motivou uma operação complexa para retirá-lo de lá, sem saber se estava vivo.
Pouco antes das 21h GMT de sábado, jornalistas da AFP observaram os pais de Rayan entrando no túnel que dava acesso ao poço, de onde sairia a criança. Eles deixaram o local pouco depois e partiram em uma ambulância, sem dar declarações.
"Após o acidente trágico que custou a vida do menino Rayan Oram, Sua Majestade, o rei Mohamed VI, telefonou para os pais da criança", informou o gabinete real do Marrocos.
Rayan foi removido do poço, de 32 metros de profundidade, através de um túnel escavado pelos socorristas. Ele foi transferido para uma ambulância, juntamente com seus pais, sem que se soubesse de imediato se o menino estava vivo.
O desenlace da operação era aguardado com ansiedade tanto no reino magrebino quanto no restante do mundo, com mensagens de solidariedade e encorajamento nas redes sociais. "Estou completamente destroçado", reagiu uma pessoa que acompanhava o caso em sua conta no Twitter.
Mas as reações chegaram de todos os cantos do mundo após a notícia da morte do menino.
"Quero dizer à família do pequeno Rayan e ao povo marroquino que compartilhamos de sua dor", escreveu no Facebook o presidente francês Emmanuel Macron.
"A coragem de Rayan permanecerá em nossas memórias e continuará nos inspirando", escreveu no Twitter o meio de campo argelino do AC Milan, Ismael Bennacer, junto a um desenho de um menino erguido ao céu por um balão.
- Herói -
Os socorristas entraram no túnel juntamente com uma equipe médica, sem saber por quanto tempo permaneceriam no poço estreito. Nessa última etapa, as operações foram realizadas manualmente e "com muita cautela, para evitar vibrações" que pudessem causar um desmoronamento, explicaram autoridades da cidade de Ighran, não muito longe da cidade de Bab Berred, na província marroquina de Chefchaouen.
Nas imagens obtidas por uma câmera de inspeção, Rayan aparecia "deitado de costas" em um canto do poço, sem que fosse possível dizer se ele estava vivo, explicou hoje cedo à AFP um dos responsáveis pela operação de resgate, Abdelhadi Tamrani.
As equipes de resgate enviaram oxigênio e água através de tubos e garrafas que desciam para Rayan, sem a certeza de que o menino reagiria.
De madrugada, uma enorme rocha dificultou o trabalho. Após três horas de esforço, a equipe conseguiu superá-la com a ajuda de pequenos equipamentos elétricos para evitar rachaduras ou colapso e atravessaram por um estreito túnel.
Milhares de pessoas foram até o local mostrar solidariedade e acampar ali, apesar do frio gelado desta zona montanhosa do Rif, a cerca de 700 metros de altitude.
Aplausos acompanharam cada aparição dos escavadores, como o voluntário Ali Sahraoui, 50, que cavou os primeiros metros com as mãos e se tornou um herói nas redes sociais. A polícia enviou reforços, para evitar que a multidão interrompesse os esforços de resgate.
A tragédia começou com o desaparecimento do menino na terça-feira às 14h00, hora local (10h Bras): "Toda a família se mobilizou para procurá-lo até percebermos que ele havia caído no poço", disse a mãe do menino, com os olhos cheios de água, à imprensa.
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