O presidente eleito do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, fez um discurso nesta quinta-feira (13) no mais importante fórum empresarial do país e afirmou que seu governo, que começará em 11 de março, será de natureza "ambientalista".
"Nosso plano de governo se propõe a iniciar um caminho de mudanças profundas que busca fortalecer a rede de proteção social, tirar nossa economia da estagnação produtiva e enfrentar a crise climática", disse Boric no encerramento do Encontro Nacional de Negócios (Enade) em Santiago, que reúne os principais empresários do país.
"Para que a recuperação econômica e a geração de empregos sejam sustentáveis ao longo do tempo, temos que enfrentar o desafio inevitável da crise climática. Já o dissemos e hoje reitero, seremos um governo ambientalista", acrescentou o líder esquerdista.
Boric indicou que uma das premissas para a recuperação econômica do Chile é "ser respeitoso com o meio ambiente".
"Não se trata de ativismo e de gerar uma dicotomia insuperável entre desenvolvimento e sustentabilidade. Temos que encontrar o equilíbrio", acrescentou.
Os outros dois eixos de seu programa de "crescimento e recuperação econômica" são: "voltar a uma trajetória de crescimento sustentável que facilite a ampliação dos direitos sociais" e a recuperação de empregos formais perdidos na pandemia, principalmente para jovens e mulheres.
O presidente eleito também disse esperar que o Chile possa "desempenhar um papel internacional" para "convencer" os países desenvolvidos a fazer "um esforço maior" no combate às mudanças climáticas.
Ele também falou da disposição de seu governo em alocar os recursos "públicos e privados" necessários para promover a recuperação econômica, mas comprometidos com a "sustentabilidade ambiental e sustentabilidade fiscal".
"Assim como não podemos depredar hoje a natureza que deixaremos de herança aos que hoje são crianças, não podemos nos endividar irresponsavelmente com a capacidade de gasto das gerações futuras", disse.
Para 2021, o governo estima uma expansão do PIB em torno de 11,5% ante a queda registrada em 2020 de 5,8%. Em 2022, durante o primeiro ano de Boric no cargo, a economia chilena deve sofrer uma desaceleração, com o crescimento de cerca de 2%.